Por: Guilherme Moraes, de Maceió, Alagoas
Após meses de governo do ilegítimo Temer, que contou, e ainda conta, com uma série de ataques aos trabalhadores brasileiros com suas reformas, ajustes e planos de privatizações, as promessas de retomar o crescimento da economia se mostram cada vez mais vazias. É o que fica nítido nos últimos números divulgados nos grandes jornais burgueses.
Em matéria publicada no jornal Valor Econômico, os números de geração de emprego aos primeiros olhos podem até alegrar os economistas do governo de plantão. Há um crescimento de 1,439 milhão da população empregada em relação ao período de fevereiro a abril de 2017. Entretanto, a aparência da retomada do crescimento mascara uma situação um tanto mais séria.
Desses empregos, 423 mil foram gerados no setor público, em sua grande maioria cargos comissionados nas Prefeituras que mudaram de gestão no início desse ano. O emprego sem carteira assinada aumentou 468 mil e o número de trabalhadores por conta própria cresceu em 351 mil. Em tempos de reforma trabalhista, a precarização do trabalho vai destruindo os empregos formais no Brasil.
A dramaticidade da situação não para por aí, aliás, no governo de Temer, além dos milhões que se encontram em um trabalho precarizado e que mal conseguem sustentar suas casas, há aqueles que nem trabalho possuem, como mostra uma outra matéria publicada por este mesmo jornal.
“Em um de cada cinco lares do país, ninguém tem renda do trabalho”. Essa é a manchete da reportagem do Valor, que afirma: “No segundo trimestre deste ano, o Brasil tinha 15,2 milhões de lares onde ninguém trabalhava, 2,8 milhões a mais do que no mesmo período de 2014 – um incremento de 22%. Isso significa que um em cada cinco domicílios (21,8% do total) não tinha renda fruto do trabalho (formal ou informal)”.
Os dados mostram que é a população negra, pobre e com menor nível de escolaridade quem mais sofre com a atual situação brasileira. Ao todo, em 32% dos lares onde o chefe de família possui o Ensino Fundamental incompleto não há ninguém empregado. No Nordeste, esse número é de 27,2%. Em Alagoas, estado em que mora e convive com a pobreza cotidiana o autor do texto, impressionantes 35% dos lares não têm renda do trabalho.
Não podemos continuar pagando pela crise
O Brasil é o paraíso dos ricos, possuímos o maior juros real do mundo e é notório, como mostra matéria da BBC, que os ricos no Brasil pagam poucos impostos se comparados com o resto da população e ainda possuem subterfúgios para pagar menos impostos.
Ao contrário do que dizem Temer e Meirelles, não é privatizando empresas que dão lucro que vamos gerar renda e emprego. Privatizar a Eletrobrás significa apenas aumentar as tarifas de energia e privatizar a Casa da Moeda é um disparate.
Para construirmos uma verdadeira política econômica que faça com que os ricos paguem pela crise, precisamos inverter essa lógica perversa que hoje impera no país. Somos a favor da suspensão imediata do pagamento da dívida pública, pelo fim das privatizações e reestatizações das empresas privadas, de uma reforma tributária que incida progressivamente sobre grandes fortunas e patrimônio, redução da jornada de trabalho sem redução de salário e de dobrar os investimentos em saúde, educação, habitação, transporte e saneamento.
Foto: Beto Barata/PR 13/07/2017 – Brasília – DF, Brasil- Cerimônia de Sanção da Lei de Modernização Trabalhista.
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