Coluna Rádio Peão
Por: Alexandre Zambelli, de Belo Horizonte, MG
Nesta terça-feira (15), mais um acidente vitimou trabalhadores na usina da siderúrgica Gerdau, em Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais. É o terceiro acidente em nove meses no mesmo local. No acidente de ontem, ocorreu uma explosão durante a manutenção da parte inferior da coqueria 2 da usina. Duas pessoas morreram, um funcionário da própria empresa e outro terceirizado e dez ficaram feridas, duas em estado grave. Os acidentes ocorridos no ano passado, nos meses de novembro e dezembro, provocaram mais cinco mortes.
O movimento sindical já havia denunciado os problemas relativos aos processos de manutenção e segurança envolvendo a usina. Por sua vez, a Gerdau informa que “os equipamentos da usina estão em condições adequadas, obedecendo aos padrões de segurança estabelecidos na legislação vigente”.
Não é novidade que acidentes do tipo ocorram e seguirão acontecendo em empresas do porte. O modelo de gestão por resultados nestes ambientes secundarizam a segurança e saúde do trabalhador. Para as empresas, o funcionário é apenas um a mais, o que importa é o lucro desmedido, mesmo que a custa de vidas de trabalhadores. Sabem que caso sejam acionadas judicialmente têm ao lado um judiciário benevolente com as grandes empresas, como recentemente no caso da Samarco. A justiça de Minas Gerais suspendeu ação da procuradoria contra a empresa.
O histórico de acidentes de todo o tipo nestes locais denota a necessidade de um sindicato mais combativo e sem atrelamento aos interesses dos patrões. Não são raros os relatos de trabalhadores da região denunciando a falta de combatividade do sindicato local, que aparece somente quando os acidentes já ocorreram, e quando, infelizmente, não se podem mais reverter as consequências.
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