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BRASIL

Replan tem terceira pane elétrica em 30 dias; fenômeno é um dos mais perigosos de uma refinaria por oferecer risco de explosão

Da Redação

Sindicato dos Petroleiros de São Paulo denuncia parada geral que aconteceu nesta quarta-feira (01), na Refinaria de Paulínia (Replan). De acordo com o sindicato, teria ocorrido uma pane elétrica, a terceira em 30 dias. Uma oscilação no fornecimento de energia CPFL teria gerado falha no ar de instrumentos, o que teria ocasionado em um descontrole na planta de craqueamento catalítico e, como consequência, a reversão no fluxo de gás. Fenômeno desse tipo pode ocasionar explosão. Segundo a Petrobras, a Refinaria de Paulínia é a maior em capacidade de processamento de petróleo e a produção corresponde a 20% de todo o refino no Brasil.

Nas imagens divulgadas, aparece uma grande quantidade de fumaça, que seria inflamável, de alta periculosidade. Se não controlada, pode gerar explosão com grandes proporções. Essa é uma das emergências mais perigosas para uma refinaria, um dos cenários mais críticos de risco para a comunidade do entorno.

Controle
Segundo o Sindipetro SP, na hora do ocorrido, a correria era “grande para tentar controlar a situação”, pois, segundo afirmaram, “havia risco de explosão”. Apenas os operadores que tentavam controlar a situação de emergência ficaram em ação. Os demais trabalhadores da refinaria, do setor administrativo, foram deslocados para os chamados locais de segurança, ou ponto de encontro da Replan, fora de onde atuam. Por volta das 15h, o sindicato divulgou que a situação já estaria controlada. “Pessoal do administrativo já foi liberado para voltar aos serviços. A área operacional continua evacuada”, informaram nas redes sociais.

O efetivo reduzido da categoria é criticado pelos petroleiros, pois estaria prejudicando o controle da situação. Além dos leilões, essa é uma das principais características da política de desmonte da Petrobras, protagonizada pelo presidente da empresa Pedro Parente, em conjunto com o governo Temer. Segundo dados do final de 2016, o número de petroleiros terceirizados caiu desde 2013 60%, de 297 mil para 117 mil. Já os trabalhadores diretos foram de 85,6 mil para 68,8 mil no mesmo período, uma redução de aproximadamente 20% . Os efeitos na sobrecarga de trabalho e nos acidentes já são alarmantes, o que levou os petroleiros a entrarem em greve no final de Junho, para barrar a redução do efetivo mínimo nas refinarias, uma batalha que ainda não terminou. O caso de Paulínia deixa nítido que essa política coloca em risco a qualidade da manutenção e, como consequência, a segurança dos trabalhadores e de toda a comunidade vizinha.

De acordo com notícia divulgada no portal G1, o Corpo de Bombeiros teria enviado um caminhão e um veículo de resgate ao local e, segundo o corporação, “o problema já havia sido controlado”. A Defesa Civil também teria enviado uma equipe que teria afirmado não haver risco de explosão. A Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb), por sua vez, divulgou, em nota, que equipe técnica estaria no local para avaliar a ocorrência.

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Marcado como:
acidente / replan