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Especiais
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Altemir Cozer está livre

Por Diego Braga, de Porto Alegre, RS

O processo exigiu muita mobilização e apoio. Saiu do central sob aplausos dos vários – que representavam milhares no país inteiro – que o aguardavam. Saiu aplaudido porque deve ter orgulho do motivo pelo qual entrou: por ousar lutar pelos nossos direitos – meus e de vocês – sacrificando sua segurança e seu tempo escasso de descanso.

Altemir é professor do estado da ativa. Dá mais de 40h de aula por semana. Milita pela liberdade da classe trabalhadora há cerca de 30 anos. Pai amável, amigo leal e camarada valente, é um verdadeiro herói para muitos de nós. Sua liberdade significará,com certeza,mais esperança para todos os trabalhadores por quem Altemir luta incansavelmamente.

Com seu jeito meio camponês, ele fabrica artesanalmente deliciosos vinhos, que comparte generosamente com os amigos. Sua dureza na luta não embaçou sua ternura. É o tipo de ser humano diferente. O tipo que imaginamos haver em mais abundância em uma sociedade que condene menos de nós à brutalidade alienado egoísmo mesquinho. Pena que há menos altemires por aí. O mundo seria melhor.

Deixo aqui outra reflexão:

Se para um professor com nível superior, branco, com apoio de organizações políticas e sindicais, campanha pela internet e nota na grande imprensa demorou tanto depois do alvará de soltura expedido, compreende-se facilmente que um negro da periferia com baixa escolaridade e sem qualquer suporte social possa ficar, ainda que inocente, alguns anos preso sem julgamento.

Enquanto isto, Aécio “et caterva” andam livres por aí.

Força, Altemir. Você está na linha de frente. Muitos olham para você para saber qual o caminho que leva à liberdade.

Por isso te prenderam.

Eles podem até tentar apagar as luzes, mas jamais serão capazes de impedir o sol de nascer.

Avante, camaradas!