Por: Secretaria de Opressões do MAIS de Alagoas
O plano neoliberal de ajuste fiscal continua tentando colocar a crise nas costas da classe trabalhadora. Temer (PMDB) e o Congresso corrupto estão atacando direitos conquistados durante décadas de muita luta, como o direito à aposentadoria e ao décimo terceiro salário.
As reformas da Previdência e Trabalhista, que tanto a mídia vende como “solução” não passam de uma grande ameaça e vêm com intuito de terceirizar e fazer com que trabalhemos até a morte sem nos aposentarmos. É preciso reagir, unificar e construir a greve geral pela base. E, para isso, as mulheres, negros e negras LGBTs têm que ser vanguarda nessa batalha.
Mas o que as LGBTs têm a ver com a greve geral?
Nós, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis, ocupamos pouco espaço no mercado de trabalho. Quando conseguimos, nos sujeitamos aos empregos mais precários, de serviço terceirizado e de condições super exploradas, com os menores salários, como em call center, ou quaisquer outros empregos nos quais ficamos “escondidos”.
Essa lógica de trabalhadores LGBTs “escondidos” recai, sobretudo, para os que possuem uma performance que contraria a heteronormatividade: os homens afeminados, as mulheres masculinizadas e as pessoas transexuais e travestis. É importante lembrar também da realidade de pessoas trans, que em sua maioria, para sobreviver, são obrigadas a se prostituir, o que cria um estigma social que impede de entrar no mercado de trabalho formal, além de ter expectativa de vida de 35 anos no país que mais mata pessoas trans e travestis do mundo.
Qual a perspectiva de se aposentar diante da realidade vivida por nós, LGBTs? Qual será nosso futuro se essas reformas passarem? É preciso colorir as ruas pelo direito ao futuro! Devemos entender que os ataques do governo Temer são principalmente um ataque às minorias. Com Temer na Presidência e um Congresso de corruptos, nossas pautas serão ainda mais invisíveis.
No filme ‘Pride’, o movimento LGBTQI da Inglaterra viu a necessidade de unificar sua luta com a greve geral dos mineiros de 1984 para dar visibilidade ao movimento e conseguir direitos. É necessário nos inspirarmos nisso e irmos às ruas não só em defesa dos nossos direitos, mas também para a conquista de outros. Assim como na Revolta de Stonewall, na luta por voz LGBT dentro dos sindicatos durante as greves de 1980 no ABC e em batalhas protagonizadas por nós, como a nossa participação, principalmente de negros e negras, nas ocupações de escolas e universidades, temos novamente que estar em peso no dia 28 de abril e dar uma resposta à altura para esse governo ilegítimo. A juventude já se mostrou disposta a resistir. Os secundaristas, universitários, trabalhadoras e trabalhadores, negros e negras, LGBTs irão às ruas pelo direito ao futuro.
Foto: Militantes LGBTs na marcha do 1º de maio de 1980, durante as greves do ABC.
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