Por: Lucas Fogaça*, de Sapucaia do Sul, Rio Grande do Sul.
No dia 28 de abril de 1969, uma explosão em uma mina no estado norte-americano da Virginia matou 78 mineiros. Em razão desse fato e após pressão dos sindicatos, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu em 2003 o dia 28 de Abril como Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho.
Aqui no Brasil devemos lembrar também de uma outra tragédia. No dia 4 de fevereiro de 1971, no Bairro da Gameleira, em Belo Horizonte, uma parte de um pavilhão em construção desabou. Nada menos que 69 operários morreram soterrados por toneladas de concreto. Mais de 50 outros trabalhadores ficaram mutilados.
As obras eram para a construção do Palácio de Exposições encomendado pelo Governador Israel Pinheiro. Ele pressionava loucamente a conclusão da obra, pois queria inaugurá-la antes do fim do mandato, favorecendo sua imagem. “Há muitos dias que a estrutura da construção estava estalando”, foi a declaração do carpinteiro Antônio Miranda ao jornal Estado de Minas, de 5 de fevereiro de 1971.
Em tempos de comoção pela descoberta dos rios de dinheiro das construtoras para os grandes partidos políticos da ordem, vale lembrar o desastre da Gameleira e os operários da construção civil, provavelmente as maiores vítimas de acidentes e doenças do trabalho no país. O que tende a piorar com a aprovação da terceirização para atividade fim. Estimativas do Ministério Público do Trabalho de 2015 calculam que 7 em cada 10 vítimas de acidentes de trabalho são terceirizados. Dia 28 de Abril também é dia de Greve Geral no Brasil. Levantaremos uma voz bem alta contra as reformas de Temer e em defesa da saúde e segurança do trabalhador.
*Lucas Fogaça é membro de CIPA e estudante de Direito.
Artigo originalmente publicado no Jornal Vale dos Sinos no dia 18 de abril de 2017
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