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BRASIL

Nada a comemorar no Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho: dor, luto e luta!

Coletivo Tsts Cariri
Elza Fiúza / Agência Brasil

O número de infectados no mundo ultrapassa os 3 milhões e quase 200 mil mortes por COVID-19 em todo o mundo. EUA são o país com maior número de vítimas, e o Brasil aparece entre os 10 países com mais mortes. Ocorre que em nosso país, se não bastasse o risco acentuado da pandemia do coronavírus, ainda estamos sob a ameaça permanente do governo Bolsonaro que resolveu declarar guerra contra a classe trabalhadora.

Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro alertava que os trabalhadores deveriam escolher entre ter empregos ou direitos trabalhistas e uma vez instalado no governo com o apoio da patronal não fez outra coisa senão colocar em curso e em ritmo acelerado o seu plano de esvaziamento ou a extinção das 36 Normas Reguladoras (NRs) – um desmonte completo do regramento trabalhista protetivo do trabalhador construído ao longo de décadas – sob o pretexto de que seria preciso promover a “desburocratização” do setor produtivo e assim atender os interesses do grande empresariado e rentistas, facilitando a obtenção dos seus lucros.

Não à toa, os acidentes, as doenças e as mortes nos locais de trabalho são resultado desse modelo de desenvolvimento econômico perverso e concentrador de riquezas que prevalece visando apenas os altos lucros que ignora os índices de adoecimentos e agravos e a proteção ao meio ambiente, e ataca os direitos sociais. O Brasil ocupa o quarto lugar mundial em relação à quantidade de mortes relacionadas com o trabalho, atrás apenas de China, Estados Unidos e Rússia.

Uma séria de Medidas Provisórias vem sendo editadas pelo governo Bolsonaro para garantir os lucros do empresariado. A pandemia, sobretudo, vem servindo de pretexto para a intensificação da flexibilização dos direitos trabalhistas. Só a MP 936 já tem mais de 3 milhões de acordos assinados que reduzem a renda dos trabalhadores com impactos no 13º salário, férias, recolhimento ao INSS e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

É nesse clima de muita dor e luto que nós que fazemos o Coletivo de Técnicos de Segurança do Cariri convidamos você que é profissional ou estudante da área para participar conosco desse que também é dia de luta – dia de defender nossos direitos, nossa aposentadoria e dizer não à terceirização e como a crise sanitária reafirma a cada dia, a única saída para lidar com a pandemia no Brasil é lutar pela saúde pública, universal, gratuita e de qualidade o que passa necessariamente pela valorização do SUS – É preciso proteger a vida, mantendo a quarentena, mas também precisamos cobrar que os milionários, patrões e rentistas paguem a conta da crise.

Coletivo Tsts Cariri