Da Redação
Como parte do Especial sobre as vítimas de acidente de trabalho, que será publicado durante o mês de abril pelo Esquerda Online, divulgamos o poema abaixo:
Acidente de Trabalho
(Yara S.)
A máquina
tem fome de carne humana.
Graxa, sangue, suor
lubrificam suas presas canibais.
Na cadeia alimentar
do Capital,
todos os dias,
ela come quilos transpirados,
bebe horas, anos
de vida gotejada.
Sucuri rija,
seus dentes
às vezes impactam.
E ela digere
de um só golpe
um dedo, uma mão,
um braço, uma vida.
Carne uniformizada moída.
Não. Não é acidental.
Image: pintura Jean Geoffroy-1899. Escola profissional em Dellys – trabalho com ferro
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