Por: Luana Soares, de Natal, Rio Grande do Norte
Há muito tempo que não vivíamos em Natal um dia como o de hoje. Cerca de 5 mil pessoas tomaram as ruas nessa quarta-feira contra a Reforma da Previdência.
Caminhando do Alecrim, principal bairro comercial da cidade, até a Cidade Alta, trabalhadores e juventude estavam unificados em defesa do direito a aposentadoria, mas também contra o governo ilegítimo que hoje implementa um pacote de maldades que viola direitos conquistados há décadas. Os gritos pelo “Fora Temer” correram soltos durante todo o ato.
Várias organizações políticas, centrais sindicais, o Fórum Potiguar Contra a Reforma da Previdência, movimentos feministas e estudantis, MLB (Movimento de luta nos bairros), MST, rodoviários e servidores públicos em geral construíram o ato apostando na resistência da nossa classe contra toda essa maré de ataques.
A Esquerda Socialista também esteve presente, se organizando em um bloco bonito e animado em que estiveram presentes a LSR e o MES, correntes do PSOL, o MAIS, PCB e o SINTEST (Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior). O dia 15 de março do país inteiro mostrou que a unidade da esquerda, além de necessária, é uma realidade possível de ser construída.
Mas o dia de luta não se resumiu ao ato. Desde o início do dia, diversas categorias fizeram atividades específicas, como foi o caso dos servidores municipais que realizaram uma audiência pública na Câmara dos Vereadores para discutir sobre a data-base e a restituição do salário cortado em função dos dias de greve, dos rodoviários, que fizeram uma paralisação de duas horas do transporte público, da saúde que também realizou uma assembleia específica e dos bancários, que realizaram piquetes em algumas agências, atrasando o início do funcionamento. Mas sem dúvidas, a principal atividade da manhã foi a assembleia histórica dos trabalhadores em educação, que contou com cerca de 1500 professores/as, que deflagraram por ampla maioria a adesão à greve nacional por tempo indeterminado.
A professora Amanda Gurgel esteve presente nas paralisações. “Eis que tivemos um dia de lutas fantástico. De fato, o 15M empolgou os trabalhadores do Brasil inteiro e aqui em Natal não foi diferente. Desde o início da manhã com a assembleia da educação, até o fim do ato, mostramos nas ruas a nossa força e disposição para barrar a Reforma da Previdência e o Governo Temer!”, disse ela. A militância do MAIS estará empenhada para na construção da greve da educação e logo mais a noite teremos uma roda de conversa sobre a reforma do ensino médio e os ataques do governo Temer à educação pública, às 18h no IFRN.
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