Nesta sexta-feira, 28/10, a Rede Globo promove o último debate deste segundo turno entre os presidenciáveis Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Esse debate é aguardado com muita expectativa pelas equipes de ambas as campanhas e visto como decisivo para o resultado que sairá das urnas no domingo. Qualquer deslize pode ser fatal nessa eleição, a mais polarizada desde a redemocratização, fazendo os candidatos reforçarem a preparação, à luz dos últimos debates.
No primeiro turno, o primeiro debate, em 28/08, foi organizado por um pool de imprensa composto pela Band, Folha de S. Paulo, UOL e TV Cultura, e reuniu seis candidatos à presidência. Em um formato tradicional, não trouxe grandes novidades em termos de confronto ou propostas. Lula optou por uma tática de não confronto direto com Bolsonaro, buscando soar como um candidato moderado e centrado, em aceno ao eleitor de centro. Infelizmente, o candidato petista, mesmo com pontos altos, acabou parecendo cansado e sem tanto vigor, se comparado às candidaturas da dita terceira via. O tom da discussão foi recalibrado nos debates seguintes.
Já o segundo turno, o debate organizado pelo mesmo pool e transmitido pela Band no dia 16, contou com um formato diferente, baseado em bancos de tempo, permitindo maior controle do tempo por parte dos candidatos e tornando o embate mais dinâmico. O encontro teve um resultado positivo para Lula, em geral. Dominando o primeiro bloco, o petista emparedou o presidente pela sua atuação na pandemia e sua falta de investimento na educação, deixando Bolsonaro na defensiva. Contudo, ao final do debate houve o descontrole do tempo por parte de Lula, permitindo uma fala de mais de cinco minutos de Bolsonaro ao final. Na avaliação geral, Lula se saiu melhor no debate, apesar desse problema.
Para o debate de hoje na Globo, a campanha de Lula buscou preservar o candidato nessa reta final, após uma intensa agenda de comícios e atos de rua, e priorizar a escolha dos temas e a preparação, em especial para evitar erros no controle do tempo.
Já a campanha de Bolsonaro, que é quem mais tem a ganhar com o debate, buscará um tom mais incisivo para tentar se destacar. Será um “tudo ou nada”, já que a virada esperada pela equipe de campanha, até agora não se refletiu nas pesquisas. Certamente seguirá apostando em uma infinidade de mentiras para obrigar Lula a gastar tempo respondendo e em um tom bastante agressivo. Por outro lado, no debate de hoje Bolsonaro terá que responder temas que surgiram desde o dia 16, como as declarações do ministro Paulo Guedes em relação a mudança na correção do salário mínimo e da aposentadoria.
Soma-se a isso elementos surpresa que podem surgir no próprio debate para ser explorados até domingo, utilizando o curto tempo para conquistar ou tentar mudar votos. A última novidade nesse sentido envolve o deputado federal André Janones (Avante-MG), que teve acesso ao conteúdo do celular do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, morto em 2020, e promete revelações bombásticas ainda nesta sexta-feira, que podem surgir no debate.
O Brasil aguarda, ansioso, o debate de hoje à noite. E, a partir das 21h30, estará ligado nas redes, com tags como #DebateNaGlobo e #LulaNaGlobo, repercutindo e comentando cada um dos quatro blocos, até por volta das 23h, tempo previsto para a disputa.
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