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BRASIL

Vale usar das mesmas armas dos fascistas, como a mentira e a homofobia? 

Gabriel Casoni, da redação
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado federal André Janones (MG)

Há uma guerra política em curso contra o fascismo no Brasil. A vitória de Bolsonaro nessa eleição representaria uma terrível derrota, com consequências nefastas para o povo brasileiro, sobretudo para mais os pobres e oprimidos. A vitória de Lula, por sua vez, ao expulsar a extrema direita do controle do executivo federal, abriria melhores condições democráticas e políticas para seguir o combate para mudar o Brasil  em favor das maiorias sociais.

Como em toda guerra, não se pode abrir mão das armas pesadas, da artilharia e do ataque fulminante. Não devemos ser suaves e benevolentes com o inimigo que quer nos matar. Bolsonaro deve ser duramente atacado, sem piedade, por tudo que fez e representa.

As linguagens e técnicas nas redes sociais que possibilitam dar maior alcance e visibilidade ao bombardeio contra o fascista devem ser usadas fartamente. Nesse aspecto, é bem-vindo o auxílio de André Janones; pois ele, de fato, domina procedimentos que causam maior impacto e repercussão no disparo de conteúdos políticos nas redes sociais.

Porém, nem todas armas são boas e válidas, mesmo numa guerra contra fascistas. Che Guevara sempre dizia que um certo procedimento teve importância para a vitória da guerrilha de Fidel sobre o exército do ditador Batista: os prisioneiros de guerra eram tratados com dignidade, numa condição inversa das torturas e fuzilamentos pelas quais passavam os guerrilheiros que caiam nas mão da ditadura. Em função disso, muitos prisioneiros passaram para o lado dos revolucionários na guerra civil. Há que se ter coerência entre meios e fins. Pois nem todos métodos nos ajudam a vencer. Não derrotaremos a extrema-direita nos apropriando dos seus meios sujos, como a LGBTfobia, o machismo e a mentira.

Uma postagem homofóbica contra o bolsonarismo pode ganhar muitas curtidas e ter amplo alcance, mas estará apenas reforçando as ideias opressoras sobre um setor da população (as LGBTs), que inclusive votou massivamente na esquerda. Um conteúdo mentiroso propagado pela esquerda pode se espalhar rapidamente, mas, cedo ou tarde, se descobrirá a sua falsidade. As pessoas comuns honestas se perguntarão depois disso: se a esquerda mente e espalha fakenews como o bolsonarismo, qual a diferença moral deles então, se ambos usam da mentira para ganhar votos?

O reforço de Janones, com todas suas habilidades nas redes sociais, pode e tem grande valor. Mas André Janones, não devemos usar das mesmas armas sujas do bolsonarismo. Não por nenhum tipo de purismo ou suposto elitismo cultural. Mas pelo simples fato de que estaremos reforçando os métodos da extrema-direita ao copiá-los. Além disso, há um oceano de verdades para bombardearmos Bolsonaro e seu bando criminoso.

Não precisamos das mentiras e dos preconceitos opressores. A nossa moral é baseada na verdade; a do bolsonarismo se cria no esgoto. Há um mar de crimes e mentiras que separam uma da outra. Não somos iguais a eles em nada. A verdade está do nosso lado e, com ela, venceremos! O melhor do nosso povo trabalhador e oprimido sabe disso, e muitos outros, enganados nesse momento, saberão mais cedo do que tarde.

 

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