A violência política promovida pelo bolsonarismo fez sua primeira vítima fatal nesta pré-campanha eleitoral de 2022. Na noite deste sábado, 09, enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos, o guarda civil e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu-PR, Marcelo Arruda, foi assassinado com dois tiros à queima roupa por um policial bolsonarista.
O assassino (foto) era Jorge José da Rocha Guaranho, Policial Penal Federal (PPH) e, conforme é possível conferir em suas redes sociais, é apoiador do atual presidente, Jair Bolsonaro.
Guaranho, por sinal, nem conhecia Arruda e nem era conhecido pelas pessoas presentes no aniversário em questão. Mas resolveu invadir o local e proferir diversas ameaças porque o aniversário era celebrado com a temática do PT. É o que afirma André Alliana, amigo de Arruda e testemunha do assassinato: “A festa era com temática do PT. Por volta das 23h um sujeito que ninguém conhecia apareceu xingando os convidados, chamando o Lula de desgraçado e esbravejando o nome do Bolsonaro. O maluco disse que voltaria para matar todo mundo. E ele voltou”.
Neste momento, ao ver-se diante de uma evidente ameaça de morte, Arruda foi até o seu carro buscar sua arma. “A gente ouvia a esposa dele gritar pedindo pra ele ir embora e ele estava muito transtornado, com muito ódio. Xingando os petistas e dizendo que Bolsonaro seria eleito. Que Lula é bandido e que todos petistas deveriam morrer. Foi uma tragédia, algo sem cabimento. Estamos todos em choque”, afirmou outra testemunha. Logo em seguida, Guaranho voltou empunhando uma pistola e já disparando contra Arruda. A vítima, antes de morrer, ainda conseguiu revidar acertando três disparos em Guaranho.
Foi Bolsonaro o responsável por tirar os monstros fascistas da jaula
Este terrível assassinado encerra uma semana marcada pela violência Bolsonarista, já comentada aqui no Esquerda Online, cuja principal expressão foi o atentado a bomba no ato de Lula ocorrido na última quinta-feira, na Cinelândia, no Rio de Janeiro-RJ. Ao mesmo tempo, este caso também traz a tona o assassinato do capoeirista Baiano, Mestre Moa do Katendê, assassinado por um apoiador de Bolsonaro depois de uma discussão, em 2018.
Assim como o caso de Mestre Moa, não é possível afirmar categoricamente que o assassino de Arruda agiu sob orientação expressa vinda de algum membro da cúpula bolsonarista. Contudo, se isso exime Bolsonaro da culpa direta por este assassinato, isso não o livra da responsabilidade moral e política.
Afinal, desde o golpe de 2016 e, mais especificamente, desde a pré-campanha de 2018, Bolsonaro e seus filhos têm fomentado ódio contra a esquerda, contra o PT, além de LGBTfobia, racismo e machismo. E recentemente, a menos de 100 dias das eleições, Bolsonaro tem voltado a carga com seus discursos autoritários e golpistas como nunca. Nas suas lives e, mesmo na 30° Marcha para Jesus, diante de vários fieis, Bolsonaro tem agitado a frase “vocês já sabem o que deve ser feito”, que na prática é uma senha para autorizar suas hordas a agirem com ódio e violência.
Os resultados estão aí e nada indica que esse clima arrefecerá até as eleições, a não ser que entre em cena o movimento de massas. Agora, o maior gesto de solidariedade à Arruda e às demais vítimas do ódio Bolsonarista e a única garantia de segurança efetiva contra novos crimes como esse, é fazer da campanha de Lula um imenso movimento capaz de contagiar milhões e isolar o bolsonarismo. As lideranças da esquerda brasileira têm uma enorme responsabilidade neste sentido.
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