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BRASIL

Luiza Erundina, sobre a candidatura Lula: “Não pode ser a qualquer preço”

da redação
Erundina em um ato. Ela segura um cartaz onde se lê: "Não podem prender nossos sonhos". Ela é uma mulher branca, de óculos e cabelos brancos. usa uma camisa branca, social.
Mídia NINJA

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta terça, 28, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) analisou a situação política e os desafios do ano que vem para o país, que tem o seu “futuro comprometido”. Falou sobre a necessidade de derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo e reafirmou a disposição de aliança em torno da candidatura Lula: “não dá para titubear, ele provavelmente seja um dos poucos capazes de derrotar Bolsonaro”. Destacou a necessidade de um programa. “O que se pretende fazer com a economia, com os prejuízos que este governo deixou, com a austeridade fiscal imposta pelo teto de gastos?”

Erundina foi taxativa em relação a busca de alianças como a de Alckmin por parte de Lula e do PT. “Não pode ser a qualquer preço. Não pode ser a preço de conciliações que não permitirão que se façam as reformas de que o país precisa. Precisamos recuperar aquilo que se perdeu ao longo de três anos de Bolsonaro. A busca de governabilidade não pode levar a conciliações que não servem para construir outro país.” Sobre Alckmin, afirmou: “O modelo histórico do PSDB é de governos privatistas, neoliberais, de Estado mínimo e que subordinam o Legislativo”.

Erundina fez duras críticas ao sistema político. “Nosso Congresso funciona de costas para a sociedade. Quando a sociedade está se desmontando, com a humilhação do desemprego em massa, mais de 600 mil mortes que poderiam em grande parte terem sido evitadas, a população disputando comida no lixo ou comendo ossos…” E não mediu palavras sobre Arthur Lira, que considera como quem de fato governa o país, junto com Guedes, através das emendas parlamentares. “Esta legislatura é a pior composição que a Câmara já teve, não tenho a menor dúvida. A corrupção corre solta, os acordos, os arranjos (…) A história vai registrar o papel do Lira e do Congresso, neste período de tragédia bolsonarista no Brasil.”

A deputada afirmou a necessidade de mudanças na forma de fazer política e mostrou otimismo. “Eu cultivo a esperança. A desesperança é conservadora, porque é paralisante. Quando você reduz as expectativas, deixa de agir para mudar aquilo que precisa mudar. Sempre vou acreditar nisso. É por isso que vou morrer jovem, apesar da minha idade.”

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