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MUNDO

Palestinos iniciam greve geral histórica, contra os ataques de Israel

Dia 18 foi dia foi também de solidariedade internacional, com 200 mil pessoas nas ruas nos Estados Unidos.

Roberto “Che” Mansilla*, do Rio de Janeiro, RJ
Foto: HAZEM BADER / AFP

Manifestantes palestinos protestam contra as políticas israelenses na cidade de Hebron, no território ocupado da Cisjordânia

Nesta terça-feira, 18, teve início uma greve geral palestina, que teve adesão em toda Cisjordânia e Jerusalém Oriental, alcançando também os palestinos que vivem em Israel. Foi um grande dia: sob intenso e mortal ataque de Israel a Gaza, com centenas de mortos e feridos, inúmeros prédios e casas destruídos por pesado bombardeio por terra, mar e ar, toda a população palestina dentro de Israel e nos territórios ocupados, realizou uma greve geral contra as ações do estado sionista em Gaza, Jerusalém e na Cisjordânia. Não havia uma greve geral em todo o território da Palestina histórica desde 1936.

Convocada por partidos políticos, organizações civis e sindicatos, o movimento exige o fim imediato dos ataques de Israel à Faixa de Gaza e a suspensão das ordens de despejo das famílias do bairro de Sheikh Jarrah. Segundo informa o Alto Comitê Árabe de Acompanhamento de Israel, que reúne árabes-israelenses de origem palestina (cerca de 20% da população de Israel), bairros árabes de algumas localidades de Israel, aderiram ao chamado e as ruas ficaram vazias em áreas majoritariamente árabes em Israel e nos territórios ocupados, com lojas fechadas. Segundo um dos organizadores do protesto, mais de 90% dos negócios não abriram em bairros árabes na cidade de Haifa, com população mista árabe — muçulmana e cristã — e judia.

Também houve forte repressão das forças de segurança israelense. Em Ramallah, três jovens foram mortos, de 15, 20 e 25 anos, durante um ataque israelense a um protesto em uma rodovia importante. Segundo a imprensa, a ação deixou mais de 180 feridos, muitos por armas de fogo.

Solidariedade internacional

Manifestações internacionais se somaram na solidariedade aos palestinos. Em Dearborn, Michigan (EUA), ocorreu uma das maiores manifestações nos EUA em solidariedade com a Palestina, reunindo mais de 200 mil pessoas na rua. O protesto, talvez o maior já realizado no país, ocorreu durante a visita do presidente norte-americano Joe Biden ao estado.

[Carlos Osorio/The Associated Press]
Ato em solidariedade ao povo palestino em Dearborn, Michigan

Também ocorreu uma manifestação numa partida de futebol pelo campeonato inglês de futebol. Os jogadores Paul Pogba e Amad Diallo, do Manchester United, após o jogo contra o Fulham estenderam a bandeira da Palestina, gerando forte repercussão.

Há 10 dias Israel bombardeia criminosamente a Faixa de Gaza. Os números mostram o seu mais recente capítulo de limpeza étnica contra os palestinos. Até a noite do dia 18, a ofensiva já havia matado 207 pessoas, das quais 64 eram crianças. Caem bombas muito acima do que sempre aconteceu, não poupando sequer bibliotecas, escolas e hospitais. Só na Cisjordânia são 24 mortos. 

Deter imediatamente a continuidade dos bombardeios de Israel sobre Gaza!
Toda solidariedade à resistência palestina por sua libertação!

*Colaborou Waldo Mermelstein, de São Paulo, SP

 

VÍDEOS


Manifestação palestina em Jerusalém

Histórica manifestação em Michigan, EUA