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BRASIL

A juventude, a nova situação com o Centrão no comando do Congresso e a urgência em derrotar Bolsonaro

Filipe Dantas*, do Crato, CE
@projetemos

Protesto no Anhangabaú, SP, denuncia falta de oxigênio no Amazonas e pede o Fora Bolsonaro

O que vivemos hoje por conta da pandemia do coronavírus é inédito para quase toda juventude ao redor do mundo (com exceção dos que vivem em áreas de conflitos, como Palestina ou África). A última grande pandemia, a gripe espanhola, remonta 1918, um acontecimento visto por quem já tem mais de 100 anos. A pandemia atual tem pouco mais de um ano, mas pelos números alarmantes já transformou a covid-19 em uma das maiores crises sanitárias da história. Já são mais de 90 milhões de casos de infecção e cerca de 2 milhões de óbitos em todo o planeta. O Brasil ocupa as primeiras posições com quase 9 milhões de pessoas infectadas e mais de 225 mil óbitos.

A aguda crise sanitária combinada à duradoura crise econômica do capitalismo afeta de forma distinta as classes sociais. A degradação das condições de vida é muito mais profunda no povo trabalhador, juventude, mulheres, LGBTS, negros e negras. Esse quadro tem dificultado a nossa existência no presente e abala qualquer perspectiva de futuro. O Brasil está à beira da catástrofe! Manaus, a capital do Amazonas serve de alerta e dá o tom do caráter genocida que podemos ter nas demais regiões brasileiras. Pacientes morrendo asfixiados, assim como os profissionais de saúde desesperados em ver inúmeras pessoas agonizando até a morte por falta de oxigênio.

Sabemos que alta abstenção no ENEM, que afetou mais da metade dos estudantes inscritos, também se deveu a irresponsabilidade do governo de Bolsonaro e Mourão, que mantiveram as provas presenciais, ignorando o aumento de casos de coronavírus e os pedidos de adiamento feito por milhares de estudantes através das redes.

Para tornar esse quadro ainda caótico, essa semana, assistimos a eleição dantesca da presidência do Congresso Nacional, com a vitória folgada de Pacheco no Senado e Lira na Câmera de Deputados. Em síntese, o impeachment foi contido pela compra escancarada de votos do Centrão e o “#Fora Bolsonaro” não vai sair pela via parlamentar. A partir de fevereiro as pautas ultraliberais vão se impor nas casas legislativas – venda das estatais; contrarreformas administrativa e tributária.

Blindar Bolsonaro não custou barato – foram 3 bilhões de reais em emendas parlamentares, dinheiro que salvaria muitas vidas com compras de vacinas e oxigênio e pagaria vários auxílios emergenciais. Em meio a toda negociata entra também os acordos por ministérios e entre eles o da educação e da saúde que hoje é comandado pelo general Pazuello.

A urgência do Fora Bolsonaro no Congresso e nas ruas

Diante da catástrofe das centenas de milhares de mortes por covid-19, o governo negacionista e genocida não tem sequer um plano de vacinação para toda população e embora algumas doses da vacina estejam sendo aplicadas é em número suficiente mesmo que fosse apenas para os profissionais de saúde que estão na linha de frente na lida direta com a doença.

Essa situação conturbada, principalmente com o triunfo do governo Bolsonaro e do Centrão, vão trazer impactos profundos na nossa juventude. Por isso vamos precisar dar sequência as nossas batalhas. Partidos de esquerda, sindicatos, entidades que organizam a juventude, grupos de valorização da negritude, movimentos feministas e LGBTS devem construir a unidade de ação na luta para derrubar o governo.

Evidente que esperar até 2022 implica em tolerar a morte de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, assim como a completa destruição do país. Portanto, é mais que urgente frear o projeto de necropolítica representado por Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes, Pazuello e as demais figuras do Centrão inimigas mortais do povo e que roubam os sonhos da juventude.

Agora é questão de viver ou morrer! Vamos abrir o debate sobre o nosso programa com o povo: a importância de um SUS 100% gratuito para todas e todos, da pesquisa científica, a volta do auxílio emergencial, que milhões de trabalhadores tinham como única fonte de renda, a taxação das grandes fortunas, requisitar para já um plano eficaz e universal de vacinação, lutar pelo fortalecimento dos instrumentos de defesa ambiental cuja rápida deterioração é responsável por uma incidência cada vez maior de epidemias e pandemias, a imediata revogação do congelamento dos investimentos públicos. Enfim, precisamos colocar em debate em nossos círculos de atuação um projeto para os 99%.

Fora Bolsonaro!
Vacinação para todos já!
Volta já do auxilio emergencial!
Revogação da emenda constitucional 95!
Em defesa do SUS 100% gratuito!
Em defesa da pesquisa científica!
Por emprego e renda!

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*Militante do Afronte e da juventude do Resistência-PSOL

Marcado como:
cariri / Fora Bolsonaro