Pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (22), aponta crescimento das intenções de votos para o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo. Com aumento de dois pontos percentuais em relação à pesquisa anterior do instituto, divulgada em 8 de outubro, Guilherme Boulos atinge a marca de 14%, se aproximando ainda mais dos outros dois bem colocados na disputa. Celso Russomano (Republicanos) aparece na segunda colocação, com 20% das intenções de votos, enquanto Bruno Covas (PSDB) apresenta 23%. O resultado demonstra, ao mesmo tempo, uma dinâmica de crescimento do candidato do PSOL, em especial entre os mais jovens, e de queda do candidato do Republicanos, que diminuiu sete pontos percentuais, o que cacifa a esquerda na disputa por uma vaga no segundo turno das eleições da capital paulista.
A pesquisa, encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S. Paulo”, foi realizada nos dias 20 e 21 de outubro e ouviu, no total, 1.204 pessoas na cidade de São Paulo, com 16 anos ou mais. De acordo com a metodologia utilizada, a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança de 95%.
Dados
O resultado do Datafolha, na pesquisa não-espontânea, quando os eleitores têm à disposição a lista com todos os candidatos e candidatas, apresentou Bruno Covas, atual prefeito de São Paulo e apoiado pelo governador João Dória, na primeira colocação, com 23%. Em segundo lugar, Celso Russomanno, com 20%. Em seguida, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que compõe a chapa junto com Luiza Erundina, com 14% . Márcio França, do PSB apresentou 10%; Arthur do Val-Mamãe Falei (Patriota), 4%; Jilmar Tatto (PT), 4%; Joice Hasselmann (PSL), 3%; Andrea Matarazzo (PSD), 2%; Levy Fidelix (PRTB), 1%; Marina Helou (Rede), 1%; Orlando Silva (PCdoB), 1%; Vera Lúcia (PSTU), 1%; Nenhum/branco/nulo, 13% e quem afirmou não saber totalizou em 3%. Juntos, os votos da esquerda já colocariam um candidato no segundo turno das eleições de São Paulo.
Dinâmica: Boulos cresce, enquanto Russomanno perde eleitores
Com os dados divulgados pela pesquisa do Datafolha, um dos elementos mais interessantes permite visualizar a dinâmica de cada uma das candidaturas a partir das aparições nas ruas e na televisão. Mesmo com pouco tempo de propaganda na TV e com a não realização de debates, medidas que podem influenciar na possibilidade dos eleitores conhecerem todos os candidatos de forma democrática, além de analisar o confronto de ideias e propostas, Guilherme Boulos, o mais bem posicionado candidato da esquerda nas pesquisas, cresceu em intenções de votos em relação ao levantamento de 8 de outubro. O resultado o posiciona mais próximo da participação em um segundo turno, o que pode se confirmar caso apresente ou intensifique a mesma dinâmica nos próximos dias. Boulos apresentou 2% a mais após aproximadamente uma semana e meia de campanha.
Com isso, Boulos precisaria, para ir ao segundo turno, aumentar, em três semanas, sete pontos a mais em relação aos mesmos números apresentados na pesquisa anunciada nesta quinta, para o caso de Russomanno e Covas continuarem com a mesma intenção de votos até o 15 de novembro. Esse valor, de sete pontos, é o mesmo que os votos dos demais candidatos da esquerda. Com um possível aumento nesse número, Boulos ultrapassaria Russomano e estaria no segundo turno. Mas, o fato é que, enquanto Guilherme cresceu na atual pesquisa, Russomanno diminuiu as intenções de votos em 7% em uma semana e meia. Foi de 27% para 20%. Caso continue na mesma dinâmica nas próximas três semanas, o candidato apoiado por Bolsonaro poderá ficar para trás na disputa. Num cenário em que Russomano perca 4% e Boulos cresça 3%, por exemplo, a esquerda já estaria no segundo turno, com o candidato do PSOL como representante.
Entre os elementos que podem favorecer esse cenário está um outro dado divulgado nesta quinta pelo Datafolha. Enquanto Guilherme Boulos é conhecido por apenas 57% do eleitorado, 97% afirmam conhecer Russomanno, o que colocaria o candidato do PSOL com mais possibilidades de ampliação a partir da intensificação da campanha até o dia 15.
Boulos passa Russomanno e fica em primeiro entre os mais jovens
Uma das principais explicações para a queda de Celso Russomanno nas pesquisas está a intenção de votos entre os mais jovens, de 16 a 24 anos. O republicano liderava o segmento, em 8 de outubro, com 35 pontos percentuais. Agora, diminuiu 15 pontos nessa faixa etária, chegando aos 20%. Enquanto isso, Guilherme Boulos, que apresentava 17% há uma semana e meia, aumentou 10 pontos percentuais. Com isso, atingiu a primeira colocação entre os mais jovens, totalizando em 27% das intenções de votos. Já Covas, continuou com o pior desempenho nesse eleitorado, passando de 14% para 12%. O candidato do Republicanos também perdeu votos entre os eleitores com renda salarial de 2 a 5 salários mínimos, passando de 28% para 17% e entre os que possuem o PT como preferência. Antes, o candidato de Bolsonaro tinha 36% desse eleitorado. Agora, diminuiu pela metade, chegando aos 18%. Um elemento negativo para Guilherme foi a diminuição de votos na faixa etária seguinte, de 25 a 34 anos, passando de 19% para 15%.
Na espontânea, Boulos fica tecnicamente empatado em primeiro
Na pesquisa espontânea, quando o eleitor afirma em quem vai votar, sem que todos os candidatos sejam listados anteriormente pelos entrevistadores, Guilherme Boulos cresceu 1% em relação ao último levantamento do Datafolha. Agora, apresenta 11% das intenções de votos nessa categoria, empatado com Russomanno, que, curiosamente, apesar de ter diminuído sete pontos na pesquisa não-espontânea, cresceu 7% na espontânea. Já Bruno Covas totalizou 13%, apresentando crescimento de 2% nessa categoria. Apesar de Boulos ter crescido menos entre os três principais colocados nas espontâneas, segundo o resultado, ele continua tecnicamente empatado na primeira posição, a apenas dois pontos percentuais de Covas. Atrás deles estão Márcio França (PSB), com 5%; Arthur do Val (Patriota), com 3%; Jilmar Tatto (PT), com 2%; Joice Hasselmann (PSL), com 1%; Andrea Matarazzo (PSD), com %; a opção candidato do PT, com 2% e outros, com 4%; enquanto branco, nulo e nenhum somaram 12% e 36% afirmaram não saber.
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