Um protesto contra as políticas de distanciamento social foi realizada na tarde deste domingo, 31, na cidade de Santa Helena, município com 42 mil habitantes, a 160 km da capital, São Luís, no Maranhão. Cerca de 400 pessoas saíram em caminhada desde a cidade de Turilândia, uma distância de aproximadamente 3 km. As pessoas não usavam máscaras e nem mantiveram distância entre si.
Perto dos diversos vídeos que circulam nas redes sociais, as “carreatas da morte” realizadas pela direita nos grandes centros urbanos parece fichinha. Um deles mostra as lideranças do movimento utilizando um carro de som para convidarem mais pessoas a aderirem a marcha e dizendo frases como: “quem vai libertar a população do coronavírus, não é nenhum político, homem ou remédio, mas Jesus”, ou “Jesus não quer ver ninguém mascarado, Deus não se agrada de medrosos”. A marcha foi finalizada com um rito de queima de máscaras, as mesmas que são usadas para ajudar na proteção contra o coronavírus.
O que chama atenção é que as cidades em questão estão em lockdown municipal, devido ao crescente número de pessoas contaminadas. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão – SES, em boletim divulgado ainda na noite do domingo, Santa Helena tinha 251 casos e Turilândia 104 casos confirmados do novo coronavírus. As duas cidades registraram uma morte cada por Covid-19. O Maranhão tem 35.297 casos e 976 óbitos. Dos 217 municípios do estado, 211 registraram a doença.
Máscaras sendo queimadas.
A convocação da marcha foi atribuída a pastores evangélicos. No entanto, o pastor Francisco Martins, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Santa Helena, através de nota, negou participação e disse que não está de acordo com a manifestação da forma como foi realizada e diz que “espera que as autoridades competentes tomem as devidas providências, pois estamos cumprindo as decisões das mesmas e não compactuamos com o ato desregrado e desprovido de qualquer senso de responsabilidade humana e cristã”, finalizou.
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