As novas diretrizes de atendimento para combater a proliferação do COVID-19 no Brasil divulgadas nos últimos dias pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil são insuficientes e não estão de acordo com as orientações da OMS e do Ministério da Saúde!
Vários países do mundo provaram que apenas o recolhimento e a quarentena podem desacelerar o avanço da maior pandemia do século, evitando sobrecarregar hospitais e consequentemente salvar vidas. Enquanto os estados e municípios se previnem e decretam medidas de fechamento de ambientes que gerem aglomerações a Caixa e BB decidem manter suas agências e prédios funcionando!
Para cumprir o papel realmente social, bancos de extensão nacional deve repensar suas prioridades e atuar remotamente naquilo que for fundamental para apoiar a população, intervindo na redução da circulação de funcionários e clientes nas ruas. Caso contrário, com a crescente e veloz proliferação do COVID-19, em poucas semanas será inevitável manter as agências fechadas, mas desta vez por falta de pessoal. Santa Catarina e DF são exemplos onde o estado já orientou fechamento dos bancos!
Desta forma é necessário:
– Fechamento das agências bancárias, com liberação dos funcionários e disponibilização de home office, reduzindo assim a circulação de funcionários e clientes nos meios de transporte coletivos ou particulares em todo Brasil.
– Sabemos que algumas funções são de interesse de toda a sociedade e fundamentais para a sobrevivência dos mais pobres. Portanto deve-se estritamente manter em funcionamento apenas atividades que visam a este fim, como: no setor de TI, para os bancos funcionarem ao menos eletronicamente; abastecimento de terminais de auto-atendimento; pagamentos e análises dos programas sociais (como FGTS e PIS/Pasep) e financiamentos para o pequeno agricultor e microempreendedor. Este atendimento deve ser feito evitando grandes aglomerações, de forma pontual, planejada e com rodízio de funcionários.
– Estender o atendimento remoto, ampliando atuação home office e autorizar recebimento de documentação por e-mail ou outros mecanismos virtuais.
– Os bancos devem isentar imediatamente tarifas de TED, DOC, taxas de saque e outras tarifas que penalizem o uso do auto atendimento ou internet banking. A exemplo de várias empresas como operadoras de TV à cabo e aplicativos de celulares que estão liberando entretenimento gratuito para incentivar a população a ficar dentro de casa, é papel social da Caixa incentivar a mesma prática!
– Liberação imediata para quarentena de funcionários com familiares em condição de alto risco (idade elevada, portadores de doenças pulmonares, cardiovasculares etc) que more na mesma residência ou que neste momento dependam do auxílio do mesmo, ou ainda com familiares que estejam apresentando sintomas do COVID-19. Evitando assim que o funcionário seja vetor de transmissão tanto para sua família como para o ambiente externo.
– Liberação para funcionários e funcionárias que tenham filhos em cidades que estejam sem aulas, evitando que os mesmos sigam o fluxo de espalhamento do vírus caso fiquem com outras pessoas pertencentes aos grupos de risco. As férias de todos devem ser preservadas pois a medida é de interesse social e não pessoal.
– Toda situação que exigir liberação de funcionário deve ser realizada sem prejuízo de salário ao mesmo, sem nenhum corte em benefícios como vales transporte, alimentação e refeição, tampouco uso de abono e férias.
– Quanto ao funcionário que trabalhar por home office, o mesmo deve acontecer sem prejuízo ao mesmo, ou seja: com equipamento fornecido pelo banco; custos de internet, energia e garantia de segurança virtual por conta do empregador.
– Paralisação imediata de toda cobrança de meta! A pandemia mundial que já matou milhares em vários países demonstrou que temos apenas uma meta agora: salvar vidas! É hora de realizar os serviços realmente essenciais. O resto é secundário!
Enquanto bancos públicos, é hora da Caixa e BB provarem seus papéis sociais e seguirem incentivando a população a fazer quarentena voluntária conforme orientação do Ministério da Saúde, OMS e poderes públicos regionais em todo Brasil.
Precisamos prevenir para não lamentar depois!
* Texto adaptado de iniciativa dos bancários de base da Caixa de Belo Horizonte e Região
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