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Colunas

Carnaval carioca: começam protestos na avenida

André Freire

Historiador e membro da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL

Nesta sexta-feira (21), ocorreu o desfile das Escolas de Samba da série A, que se apresentam também na Avenida Marquês de Sapucaí. A primeira escola a desfilar foi a Acadêmicos de Vigário Geral. Seu desfile já causou grande impacto, especialmente pela apresentação de um grande boneco do conhecido palhaço Bozo, com uma faixa presidencial e fazendo arminha com a mão.

Diante do evidente protesto contra as absurdas medidas e declarações de Bolsonaro, foi bonito ver as reações do público, presente no Sambódromo, de apoio à Escola.

A comunidade de Vigário Geral ficou mundialmente conhecida por uma terrível chacina, realizada por policiais, que assassinou 21 pessoas, em 1993.

Agora, através da Escola da Comunidade, dá um grande exemplo da importância de um Carnaval de resistência, protestando contra este governo ultra reacionário e seus ataques à cultura popular e aos direitos da maioria da população.

Crivella e Witzel não escaparam

Mas, não foi só Bolsonaro que enfrentou protestos na primeira noite oficial do Carnaval carioca.

A presidenta da Escola Acadêmicos de Vigário Geral, Elizabeth Cunha, culpou principalmente o prefeito Crivella pelo verdadeiro abandono que vive a nossa maior festa popular, especialmente durante a administração do bispo licenciado da Igreja Universal.

Ontem, na Avenida, no mesmo sentido, foi vista uma faixa, representando o conjunto das escolas de samba, cobrando também do governador Witzel mais apoio para a organização do Carnaval.

Afinal, é de conhecimento público todas as dificuldades que as escolas de samba vêm enfrentando, especiamente da série A, para manter seus desfiles.

Protestos continuam nos blocos de rua

Mas, não será só no Sambódromo que serão vistos protestos no Carnaval do Rio de Janeiro. Eles acontecem  principalmente em inúmeros blocos de rua.

Para dar apenas um exemplo: na tarde deste sábado, nas ruas do bairro de Botafogo, vai desfilar o já tradicional bloco Barbas.

Conhecido pelos enredos politizados, ele trará este ano um tema bem apropriado: Ema a Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo de Sérgio Porto) vai recriar o “Febeapá” – “Festival de besteiras que assolam o país”.

Em uma das artes de divulgação do bloco se lê a seguinte frase: “no Barbas continência só para o general da banda”.

É evidente que são esperadíssimos novos protestos contra Jair Bolsonaro, sua familícia e seu governo neofascista.

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