O Afronte! é um movimento de juventude da classe trabalhadora, com orientação anticapitalista, anti-racista, anti-LGBTfóbico e feminista, que busca atuar nas escolas, universidades e periferias, contribuindo para organizar as lutas coletivas.
Acompanhamos atualmente no Chile, Equador, Haiti, Líbano, Argélia, Honduras, entre outros, insurreições populares que, a sua maneira, buscam questionar a normalidade da ordem econômica injusta e colocam governos e sistemas políticos nas cordas. Em comum entre esses processos há o descontentamento da periferia do mundo com medidas que buscam restabelecer o lucro de poucos às custas da intensificação da exploração da maioria e de uma nova onda de expropriações.
O destino de cada uma dessas insurreições populares depende, entre outras coisas, da força das organizações da classe trabalhadora em cada contexto, de sua capacidade de dirigir as massas e imprimir ao seu movimento um sentido revolucionário. Por outro lado, o projeto fascista e neoliberal, para se efetivar, exige que as organizações da classe trabalhadora sejam enfraquecidas ou destruídas.
No Brasil, Bolsonaro, Paulo Guedes, Weintraub e sua trupe seguem a mesma cartilha que gera miséria e revolta em outras partes do mundo. O ultraliberalismo econômico de privatizações, ataques aos direitos dos trabalhadores e desmonte do Estado aparece acompanhado de autoritarismo e obscurantismo na educação, com cortes, intervenções e perseguições ideológicas diversas. Não por acaso, esses sujeitos não escondem seu ódio à sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais. É nossa tarefa fundamental, nesse momento, defender sem vacilar essas organizações.
A importância da reabertura do DCE da UFPE
A UFPE é a maior Universidade de Pernambuco e uma das maiores do País. Há dez anos, porém, seus quase 40 mil estudantes não contavam com um Diretório Central dos Estudantes ativo. Se isso não impediu que houvesse luta nesse período – como comprovam as ocupações, em 2013 contra a privatização do Hospital das Clínicas; em 2015 pela homologação do Estatuto que previa paridade entre Estudantes, docentes e técnicos e técnicas nos conselhos superiores; e em 2016 e contra a PEC da Morte e a Reforma do Ensino Médio – certamente impôs limites ao seu desenvolvimento e continuidade. A intensificação recente dos ataques à universidade pública colocava o resgate desse instrumento de luta dos estudantes na pauta do dia.
Por isso, nos dias 23 e 24 de outubro os estudantes da UFPE foram chamados a eleger a a nova diretoria do DCE, que será responsável por conduzir o processo de resgate dessa instituição pelo próximo ano. Quase 8 mil estudantes responderam ao chamado às urnas, e a maioria deles escolheu a Chapa 2, Eu defendo a UFPE!, optando por um projeto de DCE combativo, popular e sem medo, formado por Coletivos como o Afronte!, RUA, Correnteza, MUP e JAE, Quilombo, Enfrente e Paratodxs.
Venha construir o Afronte!
A juventude da classe trabalhadora tem sido um dos setores mais dinâmicos da luta de classes no Brasil. Organizá-la, de forma a superar o elemento espontaneista de algumas de suas lutas e avançar em direção a uma consciência revolucionária, exige trabalho de base constante e paciente.
Na Zona da Mata de Pernambuco, no campus de Vitória de Santo Antão da UFPE (CAV), o Coletivo anticapitalista Afronte! chegou em 2018, e em pouco tempo se mostrou um mecanismo importantíssimo de mediação desse processo de tomada de consciência. No último ano, o Afronte! contribuiu para reabertura dos Diretórios Acadêmicos dos cursos, e para inserir o Movimento Estudantil local nos debates e lutas mais amplos e atuais da sociedade brasileira. O resultado da urna do CAV na recente eleição do DCE, onde a chapa 2 obteve 511 votos de um total de 577 votos válidos (ou seja, cerca de 88,5% dos votos válidos), comprova o respaldo que seus militantes tem entre os estudantes locais.
Com a certeza de que só a luta organizada muda a vida, convidamos toda juventude a conhecer o Afronte!, e a construir conosco uma saída anticapitalista para a crise.
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