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BRASIL

Policiais, médicos, religiosos e torcidas de futebol se unem contra Bolsonaro

Ademar Lourenço

Muito mais que feministas e grupos LGBT. A campanha contra Bolsonaro chegou a um público bem maior. Inclusive setores que estão longe do perfil do militante esquerdista.

A começar por um segmento que muitos pensam ser 100% favorável ao candidato do PSL: policiais. Tanto no Rio de Janeiro, quanto em São Paulo, o movimento “Policiais contra o fascismo”, confirmou presença no ato das mulheres contra o capitão do exército. De acordo com a página paulista do grupo, o objetivo é mostrar repúdio “ao projeto político de intolerância e extermínio do povo, representado pela família Bolsonaro”.

O movimento “médicos pela democracia” é outro que está na campanha. A página do grupo no Facebook tem mais de nove mil integrantes. Eles organizaram um abaixo assinado contra Bolsonaro. De acordo com o chamado para participar do movimento, “a prática ética da medicina é incompatível com o conjunto de ‘valores’ defendido pelos fascistas. Nestas eleições o fascismo tem nome e sobrenome e é contra ele que reunimos um grupo significativo de Profissionais e Estudantes de Medicina de todo o país”.

A Conferência Nacional de Bispos do Brasil, que reúne as maiores autoridades da Igreja Católica, não tem uma posição oficial. Mas o atual presidente da entidade, o cardeal Sérgio da Rocha, defendeu em cerimônia que os católicos não devem apoiar candidatos “que promovam a violência”. No meio evangélico, os pastores Henrique Vieira e Caio Fábio  já se posicionaram há muito tempo contra o candidato. Este último ainda cita a passagem bíblica contida em Mateus 26:52:  “Então Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que tomam a espada, morrerão à espada”. O grupo “cristãos contra o fascismo” começa a crescer no Facebook. “Compreendemos que a mensagem libertária de Jesus Cristo implica também numa mensagem de denúncia sobre toda forma de alienação, de opressão, de discriminação e de injustiça onde quer que elas existam”, diz a descrição do grupo.

O movimento contra o capitão do exército também chegou nas torcidas de futebol. A Gaviões da Fiel, torcida do Corinthians, publicou nota oficial contra Bolsonaro.  “É importante deixar claro a incoerência que há em um Gavião apoiar um candidato que, não apenas é favorável à Ditadura Militar pelo qual nascemos nos opondo, mas ainda elogia e homenageia publicamente torturadores que facilmente poderiam ter sido os algozes de nossos fundadores”, diz a nota. Torcedores do Flamengo, do Santos, do Internacional e do Palmeiras também se organizaram para ir aos atos contra o candidato do PSL.