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MOVIMENTO

MAIS, NOS e M-LPS: Nota sobre o Manifesto ” Unidade para reconstruir o Brasil “

O Brasil vive uma situação excepcional, talvez uma das piores crises da história, com desenlaces ainda incertos.

De um lado vivemos os mais brutais ataques aos direitos e conquistas da classe trabalhadora e de todo o povo. De outro existe uma resistência que se demonstrou vigorosa no primeiro semestre de 2017 e após recuo das centrais sindicais na preparação da greve geral de 30 de junho colocou a classe em estado de apatia. O governo Temer e a direita intensificaram seus ataques aprovando a contrarreforma trabalhista, privatizações, ataques às liberdades democráticas, a condenação de Lula pelo TRF4 e agora a intervenção militar no Rio de Janeiro.

Esta situação impõe a mais ampla unidade de ação contra esses ataques, como foi realizado nas exitosas mobilizações da Greve Geral de 28 de abril e na marcha a Brasília em 24 de maio.

Tivemos conhecimento da elaboração de um manifesto chamado “Unidade Para Reconstruir o Brasil” assinado pelas fundações dos partidos PSOL, PT, PCdoB, PSB e PDT, ou seja, elaborado pelas cúpulas dirigentes destes partidos. Ressaltamos que só tivemos acesso a esta informação através de órgãos de outros partidos e pela mídia, nas instâncias do PSOL não conhecemos nenhuma notícia e ou informação sobre a elaboração deste documento.

Entendemos que as formulações apresentadas e inclusive o título do manifesto vai na contra-mão da política estratégica do PSOL de construir uma alternativa à colaboração de classes. Não teríamos problema em defender um manifesto unitário em defesa das liberdades democráticas e de luta contra as reformas. Também não vemos nenhum problema em defender atividades de ação nas ruas, nos parlamentos, nas mobilizações, etc.

Mantendo esta coerência, somos completamente contra um manifesto que proporá a “reconstrução do Brasil” com um “novo projeto nacional” a partir da defesa da política dos governos de Dilma e Lula com diz em seus parágrafos: “…bem como o acerto de realizações do ciclo progressista de 2003-2016, dos governos Lula e Dilma”.

Não pretendemos neste momento debater o conjunto das propostas descritas no manifesto, mas indicar nas questões centrais o enorme equívoco que será o PSOL assinar e participar de tal iniciativa.

A estratégia central desse manifesto é reeditar uma política de colaboração de classes com um plano “neo-desenvolvimentista” falido, uma carta de intenções genéricas mas que não rompe com a lógica do que foram os governos de coalizão do PT com a burguesia, pois não propõe nenhuma medida de rompimento com a ordem econômica estabelecida desde a implantação do Plano Real impondo a ditadura do superávit primário e da Lei de Responsabilidade Fiscal, que mantém intacto o pagamento da dívida pública. Aliás o manifesto propõe “manter sob controle a dívida pública”, pilar da superexploração e do entreguismo em nosso País, sem o fim do qual é impossível pensar qualquer projeto sensato de “refundação”.

Infelizmente e em contradição com as próprias resoluções congressuais do partido, a Executiva Nacional do PSOL que poderia ter corrigido a tempo o rumo equivocado da Fundação Lauro Campos optou por maioria autorizar a participação da Fundação e do PSOL no ato unitário das fundações no dia 20 de fevereiro bem como a assinatura do manifesto programático comum.

A hora é de mobilização, unidade na ação e diálogo com as amplas massas com o objetivo de superar a política de colaboração de classes. É hora de afirmar o PSOL como alternativa de esquerda, socialista e radical.

Fortalecer o Dia Nacional de Lutas, em 19 de fevereiro!

Derrubar a reforma da Previdência e as contrarreformas. Nenhum direito a menos!
Em defesa das liberdades democráticas! Abaixo a intervenção militar no Rio de Janeiro!

17 de fevereiro de 2018

MAIS – Movimento por uma Alternativa independente e Socialista

NOS – Nova Organização Socialista
MLPS – Movimento Luta pelo Socialismo