Fim do recesso parlamentar: retomar a resistência contra a Reforma da Previdência

Editorial 3 de fevereiro

No dia 5 de fevereiro, os trabalhos no Congresso Nacional serão retomados com o fim do recesso parlamentar. Tanto os agentes do mercado financeiro, como todo o movimento sindical, estão na expectativa de qual será a agenda colocada em pauta.

No final do ano passado, a crise na base aliada de Temer e as mobilizações dos trabalhadores impediram que a Reforma da Previdência fosse aprovada. O governo, naquela ocasião, jogou a toalha, mas anunciou a votação para o dia 19 de fevereiro, logo após o Carnaval. Segundo Temer e o presidente da Câmara, o adiamento seria necessário para que o governo ganhasse um pouco mais de tempo para articular os votos necessários para votar a Reforma da Previdência.

O ano novo começou com Temer indo pessoalmente em vários programas populares como Silvio Santos, Ratinho, entre outros, para tentar ganhar a opinião pública e, consequentemente, conseguir mais apoio parlamentar para aprovar a reforma.

Paralelamente às movimentações do governo, o movimento sindical também nesse mês de janeiro se articula para organizar a resistência. Embora ainda não tenham convocado uma nova greve geral no país, as centrais sindicais se reuniram e estão convocando mobilizações contra a Reforma da Previdência para as próximas semanas, com o mote “Se botar para votar, o Brasil vai parar”.

Os servidores federais também se articulam. Nesse final de semana, nos dias 3 e 4 de fevereiro, está acontecendo em Brasília a reunião ampliada do Fonasefe/Fonacate. Serão debatidos a conjuntura, os ataques ao funcionalismo e organizado um calendário de lutas.

Nessa semana, vários veículos de comunicação da grande mídia estão publicando notícias muito pessimistas em relação à aprovação da Reforma da Previdência. Todos os sinais que vêm do Congresso e das articulações do governo apontam para o fracasso de Temer em aprovar o que seria o eixo mais importante do ajuste fiscal. Em ano eleitoral, parece primar o interesse dos deputados e senadores em se reeleger, principalmente aqueles que estão sendo investigados e querem se salvar através da prerrogativa do foro privilegiado.

Mas, independente das dificuldades do governo com sua base aliada, não podemos recuar com a mobilização, por dois motivos: 1. O governo ainda não anunciou oficialmente se vai desistir de votar esse ano. 2. O governo pode planejar outros ataques aos trabalhadores para compensar o fato de não conseguir votar a reforma.

Nesse sentido, as centrais sindicais e os movimentos sociais precisam manter um calendário de lutas unificado que tenha a greve geral como perspectiva.

Caso se confirmem as notícias da grande mídia e o governo oficialmente desista de votar a Reforma da Previdência, será uma vitória importante do movimento sindical e popular. A tarefa é colocar o bloco na rua, antes, durante e depois do Carnaval para derrotamos de vez os planos do capital.