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BRASIL

Alerj solta Picciani, Albertassi e Paulo Melo e a crise continua

Rio de Janeiro – Protesto pede manutenção das prisões do presidente da Alerj, Jorge Picciani, e dos deputados estaduais Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Por Jorge Alves “Badauí”, do Rio de Janeiro, RJ

Por 39 votos a 19, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro revogou a prisão da cúpula parlamentar do PMDB-RJ. Jorge Picciani, presidente da Casa, Paulo Melo e Edson Albertassi passaram menos de 24 horas no presídio de Benfica. Em mais uma tarde de bombas e repressão violenta no Centro do Rio, a casta governante fluminense deu nova mostra de sua sede insaciável de poder.

As acusações que envolvem alguns dos principais deputados estaduais com o recebimento de propina oriunda da Fetranspor aprofundam a crise de legitimidade política no Rio. O PMDB de Temer é, no Rio de Janeiro, quer no Executivo ou no Legislativo, o artífice do escárnio com o povo.

Quando uma nova estabilidade política não parece estar no horizonte, os sintomas da crise econômica estão visíveis com toda nitidez no caos dos serviços públicos, no desemprego galopante, na violência urbana e no aumento da pobreza.

Os deputados que decidiram soltar seus chefes são os mesmos que dão sustentação ao governo carcomido de Pezão e aprovaram as mais duras medidas de ajuste contra servidores e a população, como a venda da CEDAE, por exemplo. A Alerj é qualquer coisa menos uma “casa do povo”. Seu divórcio com os interesses populares é completo e escancarado.

Por se tratar de uma crise de tamanha dimensão, somente a antecipação das eleições gerais, para governador e deputados estaduais, pode apontar uma saída democrática para o desastre fluminense. Pezão, Picciani e seus pares perderam qualquer legitimidade para seguirem no poder. A votação de hoje só fez demonstrar que não há meia volta possível de se esperar dessa gente, cuja permanência no poder até o fim de 2018 só poderá significar mais decadência para o estado do Rio. É preciso lutar por uma alternativa política da esquerda socialista. A posição do PSOL de oposição implacável ao PMDB é uma conquista fundamental, quando recordamos que PT e PCdoB estiveram aliados com Cabral, Paes e Pezão durante tantos anos.

O vereador Tarcisio Motta, pré-candidato do PSOL a governador, esteve na linha de frente da manifestação de hoje, em frente a Alerj. Seu nome poderá encabeçar uma candidatura de PSOL, PSTU e PCB em uma frente que levante um programa de emergência para o Rio. É essa a força social que pode levar adiante a defesa da Uerj, a estatização do transporte público, o confisco dos bens dos corruptos e corruptores e medidas de combate a pobreza e à destruição dos serviços públicos.

 

 

Foto: Fernando Frazão – Agência Brasil