Por: Hemanuele Jacob, de e Goiania, GO
O povo goiano está sendo assaltado pelo Governo de Goiás. A Operação Decantação realizada pela Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Ministério da Transparência (ex-CGU) investiga se a campanha de Marconi Perillo (PSDB), em 2014, ao governo de Goiás, recebeu recursos do esquema Saneago, empresa de sociedade de economia mista que atende 225 municípios goianos, responsável pelo abastecimento de água e de esgotamento sanitário do estado de Goiás.
As investigações apontam para os desvios de R$ 4,5 milhões em recursos federais a partir da empresa Saneamento de Goiás S/A – Saneago. O esquema era manobrado pelo alto escalão do partido do governador do estado de Goiás e presidente estadual do PSDB, Afrêni Gonçalves, e pelo presidente da Saneago, José Taveira Rocha, ex-secretário estadual da Fazenda de Goiás. Ambos foram presos nesta quarta-feira (24), soltos após prisão temporária de cinco dias ter expirado.
A Procuradoria da República na pessoa de Mário Lúcio Avelar revela que recursos públicos foram transferidos para o diretório do PSDB para pagar dívida da campanha eleitoral e parte era distribuída entre agentes públicos e empreiteiras, um verdadeiro golpe para os trabalhadores goianos que há décadas sofrem com os preços abusivos desta empresa.
Cerca de R$ 400 mil e R$ 500 mil foram repassados à campanha do atual governador Marconi Perillo e foram destinados a uma empresa de publicidade. De acordo com a Polícia Federal, o esquema criminoso descoberto na operação desviou R$ 4,5 milhões em verbas federais por meio da Saneago. O dinheiro, segundo as investigações, foi usado para pagar campanhas políticas, propinas a servidores do órgão e até uma Organização Social (OS) na área da saúde.
Ao todo, foram cumpridos 120 mandados judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa e Itumbiara, em Goiás, além de São Paulo e Florianópolis (SC). A Operação Decantação aponta que Afrêni, o atual presidente do PSDB, teria negociado R$ 1 milhão em doação para o PSDB Goiás com a JC Gontijo. Vale lembrar que esta mesma empresa, investigada no mensalão do DEM, tem contratos com a Saneago. “É o mesmo sistema, guardadas as proporções, da Lava Jato”, atesta o procurador.
Dentre as empresas envolvidas e investigadas, a Odebrecht Ambiental, filial da mesma empresa envolvida nos escândalos da Lava Jato, possui dois contratos perto de R$ 1 bilhão com a estatal, para investimentos e operação do sistema de esgoto em quatro municípios, Aparecida de Goiânia, Jataí, Trindade e Rio Verde. Segundo o procurador responsável pela Operação Decantação, “esse contrato de transferência são obras que começaram em 2007 e até hoje não estão concluídas”.
Afirma, ainda, que a investigação começou em meados de 2015 com uma denúncia de fraude em licitação para aquisição de três bombas para água em Corumbá.
No esquema, a empresa que venceu a licitação cobrou R$ 19 milhões no contrato. “A concorrente fornecia as bombas conforme especificação do edital por R$ 9 milhões, metade do preço. Chamou a atenção. Passamos a observar que não era uma ação isolada. Era uma ação concertada das diversas diretorias e presidência da estatal”, explicou.
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