Sobre a PEC 241 e nossa força para lutar

Por: Gibran Jordão, de Brasília, DF

Michel Temer e centenas de deputados no Congresso Nacional acabam de ter uma vitória essa noite ao aprovar a PEC 241 com 366 votos a favor e 111 votos contrários, numa operação em comum acordo com as grandes empresas nacionais e internacionais. Trata-se de um procedimento cirúrgico para emendar a Constituição Federal, direcionando os recursos do orçamento para atender aos interesses do capital e não do povo carente que não tem acesso aos serviços públicos mais básicos. Estão impondo duas décadas de sacrifícios e derrotas para os trabalhadores.

O mais desprezível disso tudo é que todo esse processo significa um salto de qualidade no processo de recolonização do país. Isso explica o grande interesse do Fundo Monetário Internacional na aprovação dessa PEC da maldade. A burguesia brasileira é completamente subserviente aos desmandos do imperialismo, capacho, medíocre, incapaz de liderar um projeto de independência nacional. Essa tarefa, a da segunda independência brasileira, sobrou nas mãos dos trabalhadores, da juventude rebelde e não podemos abrir mão desse desafio. O PT teve a chance de cumprir esse papel, mas falhou, foi seduzido pela elite. Completamente descartado pelos seus amigos de ontem, está desmoralizado diante dos próprios trabalhadores.

Os trabalhadores ainda não estão derrotados, mas ao mesmo tempo pairam muitas dúvidas e falta segurança de se colocar em movimento com força nesse momento, salve as exceções. Mas, nada de jogar a toalha e nem ficar culpando os trabalhadores por não demonstrarem alta disposição de luta no imediato. Com muito trabalho de base, com muita propaganda, com explicação paciente e sistemática vamos elucidando e demonstrando a farsa que é o governo de Michel Temer e suas políticas. A decepção com o PT foi grande, e seria normal que os trabalhadores demorassem um pouco em recuperar a autoconfiança que poderá vir da juventude e generalizar em lutas por todo o país, assim como o Paraná mostra o caminho com as ocupações e mobilizações dos estudantes.

A PEC 241 que foi aprovada na Câmara em primeiro turno no dia de hoje, ainda precisa ser aprovada em segundo turno na Câmara, depois vai para apreciação e votação no Senado. Por último, vai para a sanção do presidente ilegítimo da República. Seja como for, hoje foi uma vitória dos endinheirados e poderosos que estão estourando champanhe e dando gargalhadas nesse momento.

As centrais sindicais, as confederações, federações, sindicatos nacionais, movimentos populares e cada trabalhador ativista que tem consciência do que está acontecendo no país, precisa em primeiro lugar buscar a unidade em torno de um calendário de lutas com o objetivo categórico de construir uma greve geral no país que mobilize milhões nas ruas. Não temos o direito de vacilar nesse momento. E a responsabilidade histórica será maior para aqueles que são maiores e é por isso que a CUT não tem o direito de construir ações isoladas, jogando contra a unidade da classe. Será uma catástrofe.

Nessa segunda-feira ( 10), o Fórum dos Servidores Públicos Federais se reuniu, constatou que os ritmos de cada entidade está desigual, que há dificuldade de mobilização e aprovaram um chamado às centrais para construir um calendário unificado e a greve geral no país. Aprovaram, ainda, seguir mobilizando. Marcaram na agenda das lutas o dia 25 de outubro como Dia Nacional de Mobilização e Paralisação e incorporaram a proposta da CUT de greve geral para início de novembro. Esperamos que a CUT não esteja apenas blefando.

Veja a relação completa de quem votou contra, ou a favor da PEC 241 aqui!