O prelúdio do golpe (2): o “Poder Moderador”e o retorno do mito salvador fardado
O prelúdio do golpe (1): o que ganham os militares?
Este é o primeiro de uma série de textos sobre a relação entre as Forças Armadas e o golpe orquestrado por Bolsonaro contra as eleições de 2022. Partimos de duas hipóteses. A primeira é que tanto no período contemporâneo, como no passado, o papel desempenhado pelos militares possui uma mesma natureza objetiva: o de força auxiliar à consolidação de um padrão de acumulação do capital, em sentido contrário às necessidades dos trabalhadores. Para além dos interesses particularistas dos membros desta corporação, o que vislumbramos hoje é uma “blindagem fardada” da rígida política de austeridade fiscal. Isto é, as Forças Armadas configuram-se como um instrumento estratégico para autolegitimação de governos de medidas econômicas impopulares. Porém, diferentemente de antes, os militares estão menos dispostos em retornar para a caserna. Os super salários, os mais intensos privilégios e a autoridade institucional adquirida pelo seu alto escalão os faz desejosos de manter-se na sua atual (e confortável) posição.
Vejamos neste texto a primeira e principal motivação dos membros do alto escalão das Forças Armadas por continuar no comando do Estado – os super salários.
Revisionismo e Oportunismo
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