Por: Ademar Lourenço, de Brasília
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF) ficou com medo do povo e cancelou hoje (12) o aumento das passagens de ônibus. Todos os 18 deputados presentes votaram pela volta da tarifa para R$ 4,00. Eles derrubaram decreto do governador Rodrigo Rollemberg, que aumentou o preço para R$ 5,00 no início do ano.
Sabemos que em várias cidades também está tendo aumento das passagens e a vitória dos trabalhadores do DF ajuda o país inteiro. Em 2013, a maior onda de mobilização do país começou com atos contra o reajuste nas tarifas em São Paulo. Por isso, os poderosos estão com medo. Mesmo em uma época desfavorável como a atual, os trabalhadores mostram sua força.
Os movimentos que fizeram as manifestações contra o aumento no DF ganharam a batalha, mas a guerra ainda é longa. Rollemberg vai entrar com ação na Justiça para anular a votação. Ele alega que aumentar a passagem é atribuição do governo. Na verdade, o objetivo é manter o lucro dos empresários. O povo deve ficar atento e preparado para mais mobilização.
Foram várias manifestações na rodoviária da cidade e nas cidades-satélites. O Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS) esteve presente. Hoje nossa militância estava na rodoviária de Planaltina fazendo panfletagem. Também participamos de outros atos.
Aumento era um absurdo
Só para se ter uma idéia, o salário mínimo agora será de R$ 937,00 reais. Na média, o trabalhar vai 22 dias por mês ao serviço. Com o preço de R$ 5,00 por passagem, o gasto de ida e volta ao trabalho seria de R$ 220,00, ou 23% do salário mínimo. Em 2014, o gasto era de 18% do salário mínimo.
De acordo com o Movimento Passe Livre do Distrito Federal (MPL-DF), o governo não tem acesso às planilhas de gastos do transporte. Os dados sobre a quanto se gasta em cada uma das empresas do setor para sua operacionalização não são de domínio público. O número de passageiros que gira a catraca é operacionalizado por uma empresa de propriedade de empresários de transporte. O DFTrans, órgão que deveria fazer a fiscalização, é sucateado e não tem servidores suficientes. A auditoria do Tribunal de Contas e o relatório final da CPI realizada pela Câmara Legislativa confirmam definitivamente esta informação. O governo não consegue apresentar uma justificativa coerente e transparente para o aumento.
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