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MUNDO

Viva a rebelião operária na Foxconn da China!

Comunicado da Aliança Unidos World Action (AUWA), agrupamento internacional de trabalhadores precarizados, em apoio à histórica rebelião operária na Foxconn, China.

Por Alianza Unidos World Action (AUWA)*
Reprodução/Redes sociais

Abaixo a precarização laboral! ¡Basta de repressão! A partir da Alianza Unidos World Action (AUWA) enviamos toda a nossa solidariedade aos trabalhadores da Foxconn, a empresa taiwanesa radicada na China, que fabrica a maior parte dos iPhones produzidos em nível mundial, que realizaram nesta quarta-feira, 23/11, uma série de protestos por reivindicações trabalhistas relacionadas com salários, condições de trabalho e confinamento estrito que implicam a política de “Covid zero”.

As unidades da Foxconn na região de Zhengzhou reúnem mais de 200 mil trabalhadores, sendo o maior empregador do setor privado da China, com mais de 1 milhão de pessoas que trabalham em todo o país. A Foxconn é a principal subcontratante da empresa americana Apple e é o lugar onde são montados 80% dos celulares iPhone produzidos no mercado mundial.

Esta empresa tem sido notícia por práticas brutais em relação a seus trabalhadores, que pioraram nos novos surtos de COVID. No mês passado, milhares de trabalhadores fugiram da fábrica como se fosse uma prisão, já que a empresa os confinava, instalando um “circuito fechado”, que isola os trabalhadores durante longos períodos nas suas instalações para evitar contágios de fora e manter a produção, o que algumas vezes causou protestos pelas más condições sanitárias ou por falta de alimentos. É preciso recordar que se trata de uma “fábrica-cidade”, onde a maioria dos trabalhadores dormem em dormitórios dentro da fábrica ou nas vizinhanças. No começo deste mês, o governo confinou 600 mil pessoas de toda a Zona Econômica do Aeroporto de Zhengzhou, o que inclui a fábrica da Foxconn.

Nesta terça-feira, 22/11, eclodiram os enfrentamentos entre os trabalhadores e a empresa, em parte por discrepâncias entre os salários que a Foxconn havia prometido e os pagamentos efetivos recebidos pelos funcionários, ao que a companhia culpou um “erro técnico”. Aos gritos de «defendamos nossos direitos”, centenas de trabalhadores organizaram protestos que reclamavam contra os baixos salários, as jornadas laborais extenuantes e as condições sanitárias. Em vídeos difundidos nas redes sociais se podem ver seus enfrentamentos com a polícia antimotins e com seguranças em trajes de proteção contra o coronavírus.

Antes da pandemia, a Foxconn já havia adquirido notoriedade pelas extensíssimas jornadas laborais e pelos ritmos de trabalho frenéticos e extenuantes. Em semelhantes condições, tornaram-se comuns os suicídios de trabalhadores, inclusive em seus postos de trabalho. A “solução” encontrada pela empresa naquele momento foi a de incluir uma «cláusula anti-suicídios» nos contratos dos novos trabalhadores, pela qual se desvincularia a empresa de sua responsabilidade civil no caso em que um trabalhador ponha fim à sua vida dentro da fábrica.

A partir da Alianza Unidos World Action (AUWA) enviamos nossa solidariedade aos companheiros na China. Os empregadores de todos os países querem liquidar suas dívidas econômicas durante a pandemia avançando sobre nossos direitos laborais. Não podemos permitir essas práticas brutais contra as e os trabalhadores em nenhum lugar do mundo. Temos que seguir nos organizando e lutando em todo o planeta para terminar com todas essas formas de precarização que cobram centenas de vidas a cada ano.

*Tradução de Waldo Mermelstein

En español: ¡Que viva la rebelión obrera en Foxconn China!

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China / foxconn / greve