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BRASIL

Reviravolta no tabuleiro eleitoral do Ceará

Resistência-PSOL Ceará

A Resistência-PSOL Ceará, corrente interna do PSOL, considera que o que há de mais positivo na realidade política brasileira e na do Ceará é a maioria social contrária a Bolsonaro e tudo que ele representa. Esse governo está chegando a seus últimos dias, ainda que estrebuchando, ameaçando empreitadas golpistas, mas vai cair pela vontade dos trabalhadores e pelo voto popular. E a queda tem que ser contundente! Tem que ser no primeiro turno. Para isso entregamos nossa energia, assim como o PSOL, na tarefa de eleger Lula para derrotar Bolsonaro e reconstruir o Brasil rompendo com a agenda ultraneoliberal e revogando todos os ataques à classe trabalhadora, mulheres, negros/negras, LGBTQIA+, aos povos indígenas e ao meio ambiente.

No Ceará, o PSOL apresentou uma pré-candidatura ao governo do Estado porque o PT havia decidido em seu diretório estadual manter a aliança com o PDT e todo o arco de aliança que compôs o governo de Camilo Santana, que deixou o cargo para candidatar-se ao Senado. Mas desde o início, conforme decisão do diretório do PSOL, a pré-candidatura estava a serviço do chamado a uma frente de esquerda, política com a qual tivemos pleno acordo.

Mas esta semana, o Partido dos Trabalhadores rompeu a aliança com o PDT, pela recusa do clã dos Ferreira Gomes em aceitar a indicação de Izolda Cela (até então do PDT) como candidata ao governo,  impondo o nome de Roberto Claudio, indicado por Ciro Gomes.

Na segunda-feira, 25, o PT anunciou o deputado estadual Elmano Freitas como candidato do PT, e Izolda Cela como nova filiada deste partido, ao mesmo tempo em que se reunia com a cúpula do partido que orquestrou o golpe, o MDB.

Esta mudança revirou o tabuleiro eleitoral do Ceará que, até o momento, mostrava  nas pesquisas o apadrinhado de Bolsonaro, Capitão Wagner à frente nas pesquisas e, em segundo lugar o desgastado PDT, com Roberto Cláudio, e, por fim, o PSOL em terceiro lugar.

A Resistência-PSOL considera progressivo que o PT tenha realizado esse movimento, e reforçamos no PSOL a necessidade do chamado público ao PT, PCdoB, e a todos os movimentos sociais a uma frente de esquerda. Unir a esquerda, somar forças para derrotar a pré-candidatura do bolsonarismo no Ceará. Eleger Lula e uma candidatura da esquerda no Ceará. Essa frente não pode padecer de crise de identidade, ou seja, não pode se misturar com os que depuseram Dilma Rousseff. Se o PT busca Eunício Oliveira, a frente não é de esquerda. Logo o programa de governo dessa frente não atenderá às necessidades mais sentidas da ampla maioria da população cearense.

Precisamos da unidade da esquerda para derrotar o fascismo e melhorar a vida da classe trabalhadora, revogar as reformas neoliberais feitas no estado, revogar as medidas de liberação do uso de agrotóxico e exploração de urânio, rever a política de segurança pública que encarcera e mata fundamentalmente a juventude negra, e gerar emprego.

Quando essa maioria social abraça Lula e se envolve na campanha para derrotar Bolsonaro ela tá mostrando que o caminho é pela esquerda. Ela compreendeu que a extrema-direita é retrocesso profundo. Se o PT novamente optar pelo MDB de Temer em vez de uma frente de esquerda, deixará a esquerda dividida e o PSOL deverá homologar candidatura em sua Convenção. Lula estará sábado, 3, em Fortaleza, na Convenção da Federação PT, PCdoB e PV, e ele pode fazer a diferença.

Lula é o candidato que o PSOL está colocando todas as suas forças porque compreende que ele pode derrotar Bolsonaro. Mas não estamos de acordo e não apoiamos Alckmin, e nem o programa que ele representa, assim como não apoiamos alianças da esquerda com a direita em nenhum Estado porque isso já foi feito e terminou em golpe parlamentar em 2016 e Lula preso. Andar pra frente e olhar para trás para não repetir os mesmos erros é decisivo. Lula tem 59% das intenções de voto contra 18% de Bolsonaro e 11% do Ciro, no Ceará.

Nessa perspectiva, opinamos que o PSOL pode até assumir lealmente o compromisso de renunciar a lançar candidatura própria e se somar a Elmano e a esquerda que não aceita nem o mandonismo do clã Ferreira Gomes nem a candidatura da extrema-direita. Mas, para que isso se torne possível, o PT não deve se aliar ao MDB. É a unidade da esquerda que fortaleceria ainda mais, a candidatura de Luis Inácio Lula da Silva. A sorte está lançada! A esquerda precisa se unir no Ceará!