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BRASIL

O Dois de Julho na Bahia e o significado da Independência: Lula sim, Bolsonaro nunca mais!

Mais do que nunca, como está no refrão do Hino da Independência da Bahia, “Com tiranos não combinam brasileiros corações”!

Josias Porto, de Salvador (BA)
Lula em Salvador 02 de julho de 2022
Ricardo Stuckert

Hoje a Bahia está em festa. Há 200 anos a independência do Brasil começou, mas só se concretizou no ano seguinte, em 2 de julho de 1823, nestas terras. Não foi um “grito de Ipiranga” que nos libertou, mas o sangue dos nossos antepassados. Liderados por figuras como Maria Felipa, uma mulher negra escravizada, verdadeira heroína que de fato representa nosso povo.

Esse ano também queremos começar a nos libertar de um mal que a quase quatro anos devasta nosso país. Bolsonaro e o Bolsonarismo precisam ser derrotados nas urnas e nas ruas. O presidente genocida estará em Salvador e fará sua tradicional motociata da morte. Mas a estrela do Dois de Julho deste ano certamente tem outro nome: Lula.

Lula participa do tradicional cortejo, que segue da Igreja da Lapinha, no Barbalho para o Pelourinho, agora no início da manhã. Por volta das 11h terá um encontro com a militância no estádio da Fonte Nova.

Reproduzimos abaixo parte do artigo escrito pelo militante e historiador Jean Montezuma sobre a importância dessa data, publicado no EOL em 2021.

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“Há 198 anos o sol nascia brilhando mais forte, era 02 de julho de 1823, e a cidade de Salvador amanhecia livre. Quando as tropas brasileiras chegaram em marcha, o derrotado exército de ocupação português já havia fugido pelo Atlântico, rumo ao velho continente para lamber suas feridas em terras lusitanas. Quase 10 meses após o grito do Ipiranga proclamado por D. Pedro, enfim Portugal abandonava suas pretensões de manter o controle metropolitano sobre o Brasil.

É conveniente para uma visão tradicionalista e conservadora reproduzir o processo da independência do Brasil com uma rica trama palaciana, um jogo de xadrez no qual somente os “bem-nascidos” e ilustrados tomaram parte. Nada mais falso, não haveria independência do país que viria a se constituir como Brasil, sem que uma verdadeira guerra de independência ocorresse na Bahia, em Pernambuco e outras regiões do nordeste.

A Independência do Brasil na Bahia, com suas diversas batalhas, teve como protagonista uma geração de heróis e heroínas que vieram de baixo, que não tinham nomes pomposos, nem linhagem, brasões e sangue azul. Ao invés de Leopoldinas, tivemos Maria Felipa e Maria Quitéria. A primeira, negra escravizada, organizou outras mulheres iguais a ela para evitar que os portugueses tomassem a Ilha de Itaparica. A segunda, rebelou-se contra os paradigmas que impediam o ingresso de mulheres nas tropas. Disfarçada de homem, ingressou no Exército dos Periquitos. Aliás, este batalhão de voluntários foi criado e comandado pelo avô do poeta Castro Alves, Coronel José Antônio da Silva Castro, e recebeu o curioso nome de “periquitos” por causa do tom verde das suas fardas.

Sob o julgo do general português Madeira de Mello, o povo de Salvador resistia como podia. A Abadessa Joana Angélica sacrificou a própria vida, para evitar que as tropas portuguesas invadissem o Convento da Lapa e prendessem rebeldes que lá buscaram abrigo. Grupos de capoeiras, formados por negros libertos ou não, enfrentavam os soldados portugueses nas ruas e vielas da cidade. Enquanto os ricos fugiam ou faziam acordos, era o povo “desclassificado” quem resistia como podia.

Às margens da capital, o exército libertador avançava em sua marcha vinda das cidades do Recôncavo em direção a Salvador. Nessa marcha contra a tirania, a batalha decisiva da Independência do Brasil foi travada bem longe do riacho do Ipiranga, e ocorreu na madrugada do 8 de novembro de 1822, em Pirajá. O embate em Pirajá envolveu milhares de soldados e é considerado um dos mais importantes ocorridos no continente americano durante o século XIX. O triunfo na batalha de Pirajá foi decisivo, com a vitória brasileira o cerco a Madeira de Mello estava consolidado, e o assalto para libertar Salvador tornou-se possível.”

Salve ao 02 de julho!
Salve as heroínas e heróis da nossa resistência!
Fora Bolsonaro genocida!