Por: Diogo Xavier, de Recife, PE
Na tarde desse domingo, o futebol brasileiro se despediu de uma das mais importantes jogadoras de sua história. Miraildes Maciel Mota, conhecida como Formiga, pendurou as chuteiras depois de 22 anos de serviços prestados ao futebol.
Dentro de campo, Formiga sempre foi o ponto de equilíbrio na equipe, uma camisa 8 clássica que marcava muito bem e sabia sair jogando com a bola nos pés. O meio de campo da seleção tinha nela a sua força e os passes refinados para que as atacantes pudessem chegar ao gol. Em todo esse tempo a destreza se manteve e as Olímpiadas do Rio de Janeiro mostraram uma veterana que tinha garra de uma juvenil e a calma de quem sabe os atalhos do campo.
Fora de campo é o exemplo das dificuldades por que passam as mulheres brasileiras. Uma mulher negra, nordestina e que tenta lugar num espaço que é tido só pra homens. Formiga enfrentou e passou por cima do preconceito e conquistou o seu lugar na seleção.
Uma saída sem muitos holofotes, coisa comum para o futebol feminino, mas que não pode se desaperceber da grandeza dos feitos de uma craque. A partida que marcou sua despedida foi a final do torneio internacional de Manaus, o Brasil venceu a Itália por 5 x 3 e se sagrou campeão.
A história da jogadora já impressiona e os seus números também. Foram seis participações em Olimpíadas (conquistando 2 medalhas de prata), seis edições de Copas do Mundo (recordista nesse quesito), seis atuações em jogos pan-americanos (ganhando três medalhas de ouro) e 160 jogos com a camisa amarelinha (recorde entre masculino e feminino).
Aos 45 do segundo tempo do jogo vencido pelo Brasil, Formiga foi substituída por Fran, encerrando sua carreira, mas deixando um enorme legado para o futebol e para a luta contra o machismo no Brasil.
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