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TEORIA

Usimarx inicia curso em janeiro sobre a obra de Frantz Fanon

“Fanon e a violência revolucionária: uma leitura de condenados da terra” é o novo curso da escola de formação

Fonte: Usimarx

Entre os dias 31 de janeiro a 4 de fevereiro a Usimarx estará ofertando o curso “Fanon e a violência revolucionária: uma leitura de condenados da terra” que será ministrado pelo professor Douglas Barros. O objetivo do curso é se debruçar no arsenal teórico de Frantz Fanon e refletir sobretudo no aspecto da violência institucional; desde a naturalização da troca de mercadorias através da expropriação do trabalho, e organização dos espaços de visibilidade do consumo pelo dispositivo racial, até a tentativa de romper com essa violência normativa. Buscaremos, portanto, desmistificar o lugar da violência para pensar sua produção cotidiana.

Os encontros serão ao vivo, das 19h30 às 21h30, por transmissão online e as aulas serão gravadas e disponibilizadas no site para acesso durante um ano para todos os inscritos. As inscrições estão abertas pelo site da Usimarx e o pagamento (R$ 110,00) pode ser feito por cartão de crédito, boleto ou débito online.

Douglas Barros, que ministrará as aulas, é graduado em filosofia pela Unifesp, mestre em Estética e filosofia da arte e doutor em ética e filosofia política com a tese Hegel e o sentido do político. Investiga principalmente a filosofia alemã conjuntamente com o pensamento diaspórico de matriz africana e suas principais contribuições teóricas no campo da arte e da política. É escritor com três romances publicados e autor dos livros Lugar de negro, lugar de branco? Esboço para uma crítica à metafisica racial e Racismo (Hedra, 2019).

Leia abaixo o programa das aulas e a ementa do curso

AULA 1 – Bem-vindo a violência fundadora
– A violência da colonização
– Tornaram-me negro
– Negro sou

AULA 2 – O arsenal
– Marx e Fanon
– Nacionalidade, uma necessidade?
– Redescobrindo o para-além

AULA 3 – A violência Simbólica
– A linguagem
– A construção do imaginário
– Para além do colonialismo

AULA 4 – A violência subjetiva

– O fogo
– As ruas que ardem
– Fogo no terceiro mundo

AULA 5 – A violência objetiva
– De Barbacena até Canudos
– Fanon para mulatos
– Black Communism

 

EMENTA | “Quando entendemos a guerra argelina, entendemos também o desfecho e as escolhas conceituais de Fanon. Entendemos o motivo pelo qual a ideia de nação, o papel dos camponeses e o papel da violência ganham uma dimensão extraordinária em seu pensamento. No livro Os condenados da terra, Fanon está, ele próprio, condenado à morte – uma doença, a leucemia, lhe põe, ao alcance das vistas, um horizonte de fim próximo. Ademais, não se pode esquecer que há ainda a condenação do racismo. Impávido, porém, ele observa as mudanças radicais de sua época e acompanha o movimento de libertação na Argélia mobilizando alto arsenal crítico. De modo que se quisermos atravessar a sua provocativa encruzilhada, em primeiro lugar, precisamos observar a monstruosidade cometida pelo império francês que perpetrou diversos crimes contra a humanidade; operacionalizou massacres e incitou o linchamento de crianças e mulheres; em segundo lugar, é preciso entender a passagem da análise clínica para a formação do sujeito político no desdobramento teórico que efetiva para abarcar os processos revolucionários que se abriam à sua época no continente africano. Esse é o intuito basilar de nossos encontros.

Nossas leituras e encontros tem por objetivo se debruçar no arsenal de Fanon e refletir sobretudo no aspecto da violência institucional; desde a naturalização da troca de mercadorias através da expropriação do trabalho, e organização dos espaços de visibilidade do consumo pelo dispositivo racial, até a tentativa de romper com essa violência normativa. A violência pode e deve ser entendida como uma organização que possibilita a própria manutenção de um certo ordenamento social que, organizado pelo colonialismo, jamais deixou de reproduzir sua visão de mundo. Buscaremos, portanto, desmistificar o lugar da violência para pensar sua produção cotidiana. Esse passo será decisivo em nossa jornada.

Nesse sentido, o curso será divido em temas próprios à violência tal como pensada por Fanon e as respostas que elabora ao longo d’Os Condenados da terra. Buscaremos apresentar em cada aula o desenvolvimento crítico da argumentação. O material básico é o livro Os condenados da terra sem que haja necessidade de leituras prévias. Trata-se assim de um curso introdutório.

Inscreva-se no site da Usimarx

Informações sobre este e outros cursos na página do instagram e no site 

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teoria / usimarx