Quatro vereadoras e um vereador que integram a Bancada Negra da Câmara Municipal de Porto Alegre foram ameaçados de morte nesta segunda-feira, 06, através de uma mensagem enviada aos e-mails institucionais dos mandatos. A Bancada Negra de Porto Alegre é composta pelas vereadoras Karen Santos (PSOL), Daiana Santos (PCdoB), Bruna Rodrigues (PCdoB), Laura Sito (PT) e pelo vereador Matheus Gomes (PSOL).
O texto chama as parlamentares e o parlamentar de “aberrações”, “símios”, ““macacas fedorentas” e “faveladas” e ataques lesbofóbicos e anticomunistas. O texto também cita armas e descreve a forma como as ameaças de morte seriam cumpridas. As nomenclaturas são semelhantes as de um fórum extremista denominado Dogolachan, criado em 2013 e responsável por uma série de ameaças: quatro vereadoras e vereadores de Belo Horizonte, Curitiba e Joinville, Duda Salabert (PDT), Caroline Dartora (PT), Alisson Julio (Novo) e Ana Lúcia Martins (PT), respectivamente; as deputadas federais Taliria Petrone (PSOL) e Carla Zambelli (PSL), e a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL), o ex-deputado Jean Wyllys e a prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (Patriota).
A ameaça leva assinatura de um nome de iniciais RWA, que diz morar no Rio de Janeiro e que viajaria para Porto Alegre com uma “passagem só de ida”. Já se sabe, porém, que a assinatura é falsa e que a pessoa indicada já teve seu nome utilizado em pelo menos nove ameaças de morte. Para a Bancada Negra de Porto Alegre, a autoria da ameaça é do grupo de ódio Dogolachan. A Bancada Negra registrou nesta terça, 07, boletim de ocorrência e notícia crime por ameaça de morte na Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos da Polícia Civil, em Porto Alegre.
Essa é a segunda vez em 2021 que o vereador Matheus Gomes recebe uma ameaça de morte. A primeira chegou ao seu e-mail em janeiro, após um protesto realizado pela Bancada Negra, ao se negar a se levantar durante a execução do hino do Rio Grande do Sul em 1º de janeiro, na cerimônia de posse, considerado um hino racista.
Para Gomes, que é colunista do EOL, as ameaças sofridas pela bancada negra devem ser tratadas como um ataque à democracia e não como mais um caso isolado. “Não desejo a ninguém ter que ler o que li”, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo. Em suas redes sociais, o parlamentar escreveu: “Firmes, fortes e sem recuar no nosso objetivo, nós dizemos: não aceitaremos ameaças! Não irão nos intimidar e nem nos impedir de continuar nosso exercício parlamentar. À Polícia Civil pedimos celeridade nas investigações e punição aos responsáveis! Ao movimento social negro e popular, aumentemos o nosso alerta e cuidados, é hora de auto-organização e auto-defesa contra o fascismo! Tamo junto!”
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