O acirramento das campanhas eleitorais em grandes cidades mostra o crescimento das forças que são oposição radical a Bolsonaro e seu programa econômico ultraliberal. Em São Paulo, o crescimento da candidatura de Boulos e Erundina surpreendeu a todos. O impossível virou possível. O improvável, provável. Isto fez com que o PSDB perdesse o pudor aderindo aos métodos bolsonaristas.
A novidade, que não é tão novidade assim, é que a superestrutura da “democracia dos ricos” brasileira entrou pesado no jogo. Vistas grossas para distribuição de cestas básicas pela campanha do atual prefeito, apoio declarado dos grandes meios de comunicação, interferência direta da “justiça eleitoral” em favor da candidatura tucana e enxurrada de fakes.
Distribuição de cestas básicas, ao lado de campanha de Covas. Reprodução vídeo Youtube.
O Capital tem a exata noção do significado da vitória de Boulos em São Paulo e de outras candidaturas de esquerda em importantes capitais brasileiras. A burguesia não brinca em serviço. Ainda mais diante do agravamento da pandemia e da crise social. Hoje o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no país subiu e chegou a 14,6% no terceiro trimestre. Essa é a maior taxa registrada na série histórica, iniciada em 2012. No total o Brasil tem 14,1 milhões de pessoas desempregadas.
Nas redes sociais , o posicionamento inconsequente de algumas correntes que reivindicam o trotskismo no segundo turno das eleições municipais, em pleno governo do neofascista de Bolsonaro, tem alimentado criticas injustas a todos que defendem o legado teórico e político deste líder revolucionário. De fato, é chocante ver a defesa do voto nulo (PCO, MRT, etc) quando uma liderança de um dos movimentos sociais mais atuantes do país vai ao segundo turno contra um legítimo representante da elite paulistana.
Mas a maioria das correntes trotskistas não concorda com estas posições sectárias. Ao contrário, estão empenhadíssimas nas campanhas da esquerda no segundo turno.
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