Com mais ou menos 50 dias de quarentena decretada no Estado do Pará, a impressão é de que o vírus da Covid-19 veio pra escancarar as enormes desigualdades sociais. Dia 07/05, teve início em Belém e em mais nove municípios do Estado do Pará, o Lockdown (ou seja, a suspensão total de atividades não essenciais), o qual foi decretado pelo Governo do Estado, visando conter o avanço da pandemia com medidas de isolamento mais restritivas. Com mais de 5.000 casos e quase 400 mortes (de acordo com boletim da Secretaria de Saúde), o Estado do Pará enfrenta os terríveis desafios da crescente disseminação do novo Coronavírus. Além disso, a crise econômica já afeta brutalmente as famílias das periferias, seja com demissões ou com a diminuição expressiva na renda mensal. O auxílio emergencial que poderia ser uma saída, ainda não chegou em milhares de beneficiários. E aqueles que receberam, tiveram que se colocar em uma situação de exposição nas gigantescas filas da Caixa.
As políticas de Hélder Barbalho ainda são insuficientes para minimizar a situação de desamparo que se encontram as famílias paraenses. Precisamos de testes em massa, de EPI’s para os profissionais de saúde, de ampliação de leitos de UTI e contrapartida de renda pelo Governo, isto é, uma política de auxílio emergencial do Estado.
Enquanto isso, as políticas de permanência estudantil seguem insuficientes ou inexistentes. Na UFPA, o auxílio de R$120,00 contempla um número muito restrito de estudantes e de maneira ainda insatisfatória. Na UEPA, UFRA e IFPA, não há indícios de política de assistência estudantil que possa reverter o impacto aos estudantes que diariamente contavam com o Restaurante Universitário ou dependiam do espaço da Universidade para manter uma renda mínima. Além disso, as dificuldades enfrentadas pelas mulheres durante a pandemia são alarmantes. Os níveis de violência doméstica aumentam, enquanto a nossa suposta responsabilidade, por sermos mulheres, de cuidar da casa, das crianças, dos idosos e dos enfermos cresce também. As mães e principalmente as mães solo enfrentam obstáculos enormes buscando garantir o bem estar da família e dos filhos.
Um convite a solidariedade
Nesse sentido, o Afronte e a Resistência Feminista te convidam pra construir o Comitê de Solidariedade aos Estudantes e às Mães em Vulnerabilidade Social, a campanha “Quero Poder Ficar em Casa”! A Campanha foi idealizada com o intuito de mitigar as problemáticas econômicas, sociais e de saúde que as famílias da classe trabalhadora podem estar enfrentando, por meio da relação com os estudantes e as mães. Nosso objetivo é distribuir cestas básicas e materiais de higiene para as famílias.
Vamos funcionar por meio de páginas nas principais redes sociais que disponibilizarão questionário socioeconômico a ser preenchido pelas pessoas que requisitarem a nossa ajuda e construiremos campanhas de arrecadação solidária, principalmente de transferência de dinheiro, mas também de alimentos ou materiais entregues presencialmente, se for o caso.
Buscamos construir uma campanha ampla com todos e todas aquelas dispostas a atuar com solidariedade de classe diante das problemáticas econômicas e sociais que estão colocadas. Convidamos os diversos movimentos sociais, estudantis e feministas a construírem conosco e dar uma resposta de solidariedade ativa aos paraenses. Nosso projeto também engloba parceria com diversas entidades sindicais e estudantis que se dispuseram a atuar tanto na divulgação do questionário socioeconômico quanto da campanha de arrecadação virtual.
Se você tá enfrentando a pandemia e precisa de material de higiene ou de alimentação preencha nosso questionário nas páginas do Facebook ou Instagram @queropoderficaremcasa (https://www.instagram.com/queropoderficaremcasa/)
Como ajudar?
Se você puder e quiser ajudar financeiramente, acessa nossas páginas pra ter acesso ao pagamento por PicPay ou deposite nessa conta:
BANCO DO BRASIL.
AG 3702-8.
C/C 42.512-5.
Tais Ribeiro Ranieri.
Se você não tem dinheiro, mas quer ajudar os estudantes e as mães em vulnerabilidade social no Pará, curte, comenta e compartilha muito!
Venceremos a pandemia com justiça social e solidariedade ativa!
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