Se você está procurando uma recomendação de série para ver nesses dias de quarentena (uma comédia, talvez?), então veja ‘Maravilhosa Sra. Maisel’ (‘Marvelous Mrs. Maisel’). Uma história envolvente, atrizes e atores com fortes personalidades, uma trilha sonora muito bem encaixada na trama da série e uma crítica social apresentada de forma ‘light’ e inteligente. Talvez a duração dos episódios – quase uma hora – desanime algumas pessoas, mas creio que a série vale cada minuto.
Vários prêmios – merecidos
O elenco conta com a ótima atuação de Tony Shalhoub (que já ganhou três Emmys e um Globo de Ouro por sua atuação na série ‘Monk’). Shalhoub se encaixa muito bem em sua personagem: Abe Maisel, um professor de matemática que, por exemplo, começa a pirar enquanto está uma aula de vetores e dependência linear. Uma escolha perfeita: Abe tem personalidade muito próxima do Sr. Monk. Não à toa, em 2019, ele ganhou o Emmy de como ator coadjuvante nessa série.
A atriz Alex Borstein, por outro lado, merecidamente recebeu o Emmy duas vezes (2018 e 2019) como melhor atriz coadjuvante. Fiz uma pesquisa na net só para confirmar – sim, eu já imaginava. Mesmo não sendo protagonista, ela é o tipo de atriz que rouba a cena ao interpretar Susie, a dona do bar onde acontecem os shows de comédia da Mrs. Maisel.
Mas ‘roubar a cena’ de Rachel Brosnahan nessa série não é uma tarefa nada fácil. Os fatos não me deixam mentir: ela recebeu seis prêmios como melhor atriz: dois Globos de Ouro, um Emmy, um Prêmio Screen Actors Guild e dois Prêmios Critics’ Choice. Não é fácil uma atriz que interpreta, de maneira convincente, uma mulher que, ora é Bela, Recatada e do Lar, ora é Revoltada, Desbocada e Do Bar (e quanto mais bêbada, mais desbocada e revoltada). Pelo menor eu rachei de rir com ela – e provavelmente você também vai.
Por fim, a série ganhou ainda dois prêmios Screen Actors Guild de melhor elenco, vários Emmys (melhor série de comédia, enredo, direção, supervisão musical, figurino – será que deixei passar algum?), fora o Globo de Outro de melhor série de comédia em 2018.
O ambiente, a música e um ‘defeito’
A criadora e diretora executiva Amy Sherman-Palladino inspirou-se em documentários da vida de de Joan Rivers e Totie Fields, entretanto a história da Sra. Maisel é bastante distinta. Ambientada nos anos 1950, a trama, as personagens, os figurinos e até a trilha sonora parecem se encaixar perfeitamente para recriar a época e todos os problemas vividos por uma comediante independente que fora abandonada pelo marido.
Uma característica, entretanto, que certamente desagrada algumas pessoas é a duração de cada episódio, cerca de 50 minutos, escapando à ‘moda’ das novas séries de serem de, no máximo, 30 minutos. Até porque a série começa a demonstrar sua genialidade depois da metade do episódio piloto.
De qualquer forma, é possível assistir meio episódio de cada vez. Isto é, lógico, se você conseguir parar na metade.
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