movimento

Povo na rua contra as privatizações: Recife diz não à entrega da Compesa e do Metrô


Publicado em: 11 de agosto de 2025

Movimento

Sérgio Gaspar, de Recife (PE)

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Movimento

Sérgio Gaspar, de Recife (PE)

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Sérgio Gaspar/Agência Expansão

Ouça agora a Notícia:

Na manhã de 6 de agosto, Recife viveu um daqueles dias em que a força popular ocupa o centro da política. Desde cedo, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) foi tomada por militantes, sindicatos, partidos de esquerda, movimentos sociais e estudantis. A pauta que uniu todos era direta e urgente: barrar o projeto de privatização da Compesa e do Metrô, símbolos de serviços essenciais para a população trabalhadora.

A mobilização, parte da atuação da recém-formada Frente Estadual Contra as Privatizações, denuncia a agenda neoliberal que, sob o pretexto de “modernizar” serviços, busca entregar patrimônio público ao lucro privado. Da ALEPE, a marcha seguiu até o Palácio do Campo das Princesas, ecoando a palavra de ordem que se tornou bandeira da luta: “Água e transporte não são mercadorias!”

Unidade na resistência

A Frente Estadual Contra as Privatizações reúne um amplo leque de forças: centrais sindicais, partidos como PSOL, UP e PCBR, sindicatos urbanos, coletivos de mulheres, movimentos comunitários e estudantis. Essa composição plural, forjada na urgência da defesa do que é público, foi visível nas ruas — bandeiras variadas, mas um só grito contra a lógica do lucro acima da vida.

Ao final da caminhada, uma comissão da Frente foi recebida pelo governo Raquel Lyra, incluindo o secretário da Casa Civil José Pereira, o secretário de Recursos Hídricos Almir Cirilo e a diretora de Gestão da Compesa, Rosane Nunes. As reivindicações foram apresentadas. A resposta oficial do governo ainda não foi divulgada.

Para Raphaela Carvalho, militante do PSOL e professora, a luta não é apenas técnica, mas profundamente política, “Privatizar é excluir, e quem já vive com mais dificuldades sente primeiro. Eu sou mulher negra e mãe, e sei o que é lidar com a dupla jornada. Quando a água e o transporte viram negócio, tudo fica mais complicado pra gente: pesa no bolso, na rotina e no tempo que falta. No fim, é o povo pobre, as mulheres trabalhadoras e as mães como eu que acabam pagando mais caro. Recife não pode ser vendido em pedaços — essa luta é pela nossa vida e pela nossa dignidade.”

Mais que um ato, um ponto de partida

O dia 6 de agosto não foi um fim, mas um começo. A Frente Estadual Contra as Privatizações projeta novas ações, debates nas comunidades, escolas e universidades. A meta é ampliar a consciência coletiva de que privatizar é excluir e que a defesa dos serviços públicos é, antes de tudo, defesa da vida e da soberania popular.

O recado que ecoou nas ruas do Recife foi nítido: o povo não vai aceitar a entrega da Compesa e do Metrô. A luta segue. E ela será travada onde for preciso — nas praças, nas assembleias e nos trilhos — até que o público seja preservado, e o lucro deixe de pesar mais que a vida.

Fotos: Sérgio Gaspar/Agência Expansão


Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição