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BRASIL

Escândalo: Até os procuradores se incomodaram com parcialidade e objetivos políticos de Moro

da redação

No início da madrugada desse sábado, dia 29 de junho, o Intercept Brasil divulgou uma nova leva de vazamentos de troca de mensagens entre procuradores da Lava-Jato.

Neste lote de diálogos não aparecem mensagem do ex-juiz e atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro. Entretanto, os assuntos tratados eram diretamente sobre suas atitudes e o seu modo de trabalho como juiz responsável pela Lava-Jato.

Em diálogos entre vários procuradores, entre eles o coordenador da força tarefa da Lava-Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol, chega a surpreender como os próprios procuradores identificaram que Moro tinha métodos que burlaram as leis brasileiras, sempre a serviço de seus objetivos políticos pessoais.

“Moro ajudou a derrubar a esquerda, sua esposa fez propaganda para Bolsonaro e ele agora assume um cargo político. Não podemos olhar isso e achar natural”. A frase é atribuída à Monique Cheker, em uma troca de mensagens em um grupo de procuradores no Telegram.

As críticas dos procuradores foram se intensificando na medida em que ficavam nítidas as relações próximas de Moro e o então candidato a presidente, Jair Bolsonaro.

A cada dia que se aproximava o anúncio de que Moro aceitaria ser ministro da Justiça de Bolsonaro as críticas e o desespero dos procuradores aumentavam.

Toda a preocupação dos procuradores era que ficasse ainda mais explícito que a Lava-Jato, na verdade, tinha objetivos políticos. Ou seja, que seu objetivo principal era interferir nas eleições presidenciais, tirando o ex-presidente Lula da disputa, facilitando assim uma ascensão eleitoral de Bolsonaro.

Ao ponto que procuradores chegaram a reclamar do verdadeiro silêncio da força tarefa diante dos evidentes escárnios do candidato Bolsonaro contra a própria estrutura do Poder Judiciário.

Nos diálogos vazados, o único que tenta ainda defender Moro é o seu “fiel escudeiro” Dallagnol. Porém, após Moro aceitar o convite, até ele é forçado a admitir que o ingresso de Moro no governo de Bolsonaro representava um risco de desmoralização da operação Lava-Jato.

Essas novas revelações são ainda mais bombásticas. Representam mais uma demonstração do caráter político e seletivo da Lava-Jato. As próprias palavras dos procuradores não deixam dúvidas. Um absurdo completo.

Essa troca de mensagens vem a público na véspera dos protestos pró Bolsonaro e Moro, que organizações de direita e extrema-direita estão convocando para este dia 30 de junho.

Esperamos que elas sirvam para que muitos reflitam e não participem destes protestos reacionários, que tentam blindar Moro de uma cada vez mais inevitável investigação.

Diante destes novos fatos se impõe a instalação de uma CPI no Congresso Nacional, que investigue os métodos e critérios utilizados por Moro e os procuradores da Lava-Jato.

E, no mínimo, pelo menos enquanto existir esta urgente investigação, Moro deveria ficar afastado do Ministério da Justiça. Seria um completo absurdo que investigações sobre suas atitudes ficassem subordinadas a ele mesmo, agora ministro.

Outra questão que vai ganhar ainda mais força, depois destas novas revelações, é a demonstração pública que a condenação e prisão do ex-presidente Lula foram armações políticas, parte de um conluio para interferir no resultado das eleições do ano passado. Portanto, deve crescer a pressão pela liberdade imediata de Lula.

Fora Moro do Ministério da Justiça!

CPI já!

Lula Livre!