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BRASIL

15M começa com grandes atos e provocação de Bolsonaro

Dos EUA, o presidente ataca estudantes e professores

da redação

Ato em Manaus (AM)

A manhã deste dia 15, dia de luta em defesa da educação, já levou milhares às ruas. Ocorreram atos em todos os estados e no DF, todos com uma adesão significativa. Em algumas capitais, os atos foram de dezenas de milhares. O maior protesto ocorreu em Belo Horizonte (MG), seguido de Belém (PA), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Brasília (DF), e Curitiba (PR). Também ocorreram atos com dezenas de milhares em Manaus (AM) e Campinas (SP).

A manhã também contou com protestos em mais de uma centena de municípios – o portal G1 contabilizou 112 cidades com protestos. Pode-se afirmar que centenas de milhares de pessoas se manifestaram na manhã de hoje. No final da tarde e no início da noite, ocorrerão os principais atos, como no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Natal. O 15M vai se confirmando como o maior protesto contra o governo Bolsonaro.

Ato em Belo Horizonte

A provocação de Bolsonaro

Alheio a tudo isso, Bolsonaro realiza exatamente no dia de hoje a sua segunda viagem aos EUA, em menos de cinco meses de mandato. Enquanto confirma a sua subserviência ao imperialismo norte-americano, nunca esteve em uma cidade sequer da região Nordeste, por exemplo.

Em Dallas (EUA), Bolsonaro chama os manifestantes de “idiotas úteis”, que não sabem “a fórmula da água”, e que seriam manipulados por uma minoria que controla as universidades. Mesmo com tanta gente na rua, o presidente afirmou que “ali só tem militante”.

Já o ministro da Educação não apareceu no MEC, mas irá hoje à Câmara dos Deputados para explicar os cortes aos deputados – a convocação foi aprovada por 300 votos, a pedido de Orlando Silva (PCdoB).

Mas, as manifestações de hoje vão dar uma resposta a altura aos ataques do presidente, de seu ministro, e da extrema-direita.

A defesa da educação e a luta pela aposentadoria e o petróleo

O dia de luta tem como principal bandeira a luta contra os cortes de verbas na educação pública, especialmente nas Universidades e Institutos Federais. Mas também contou com forte presença da educação básica, cujos professores são as maiores vítimas do Escola Sem Partido, e contagiou até mesmo parte das escolas e alunos da rede privada.

No entanto, os manifestantes estão nas ruas também para lutar contra a destruição da Previdência, proposta pela contrarreforma apresentada pelo governo. Em quase todos os atos, a denúncia contra a reforma esteve presente nas faixas, discursos e adesivos e cartazes.

Outro tema presente foi a defesa da Petrobrás e das refinarias, que o governo ameaça vender. Pela manhã, ocorreram atos e atrasos na entrada em diversas refinarias e os petroleiros devem se somar aos atos da tarde.

O governo, que chegou a prever uma tsunami nesta semana, tem muito com o que se preocupar. A revolta dos livros, como está sendo chamada, deve continuar. E soma-se ao crescimento de uma insatisfação com a piora das condições de vida, a estagnação da economia e os efeitos da política de guerra social contra pobres e negros nas favelas e periferias das grandes cidades brasileiras.

Hoje foi apenas um passo importante nas nossas lutas. No dia 14 de junho, já está convocada uma greve geral contra a reforma da Previdência e demais ataques deste governo.

(Texto atualizado às 15h46)