No dia 26 de março, por iniciativa da Rede Europeia pela Democracia no Brasil (Red.Br), foi realizada em Paris uma reunião pública, denominada Marielle à Paris. Esse evento foi presidido pela historiadora Maud Chirio, da Universidade de Marnes-la-Vallée, autora do livro A politica nos quartéis (2012).
Mais de 250 pessoas compareceram a esse ato vibrante, no salão de festas da prefeitura (Mairie do 10° distrito). Este público foi saudado pela delegada aos direitos humanos do Conselho Municipal, que evocou com entusiasmo a ideia central do ato, a atribuição do nome Marielle Franco a uma rua parisiense. Ao que soubemos, esta proposta será discutida no Conselho Municipal de Paris na semana próxima.
Discursaram no mesmo sentido Márcia Tiburi, candidata em 2018 ao governo do Estado do RJ, pelo PT, que relatou seu périplo e seu exílio provocados por uma avalanche de ameaças de morte anônimas através da internet.
Intervieram também Mônica Francisco, deputada estadual (PSOL-RJ), colaboradora de Marielle e militante dos direitos humanos, assim como Silvia Capanema, historiadora na Universidade Paris 13. Ambas se referiram ao pedido de nomeação da rua Marielle Franco, sob aplausos dos participantes.
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A pergunta “Quem mandou matar Marielle e por que a mataram?”, foi debatida, com a apresentação de uma rede complexa de ligações entre policiais militares, políticos e bandidos. As oradoras notaram que hoje, os inimigos, os assassinos estão no poder. Daí também a importância de continuar lutando.
A deputada Monica Francisco destacou que a repercussão internacional da morte de Marielle e de seu motorista Anderson foi maior do que seus carrascos calcularam. A deputada lembrou que “Marielle se tornou muito conhecida pelo mundo afora, seu legado cresce, seu jeito de fazer politica só nos inspira. Marielle foi homenageada em muitos cantos do mundo, ela personifica a defesa do direito e da vida das mulheres, de negras e negros, dos LGBT e, dos moradores de favelas. Essa placa, em rua de Paris, com o nome de Marielle, será fundamental, outras homenagens virão que nos darão energia para continuar, celebrando sua vida, suas lutas e seu desejo de um mundo melhor!”
As apresentações foram animadas pela projeção de vídeos e fotos referentes à história do Brasil (Filipe Galvon) e foram interrompidas por aplausos e por compromissos públicos em defesa dos direitos democráticos, notadamente dos negros, LGBT e trabalhadores em luta.
A RED.br divulga o endereço de e-mail [email protected], útil para o envio de informações e para a adesão a essa associação, que pretende organizar a solidariedade dos parisienses às lutas dos brasileiros contra as medidas reacionárias do governo.
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