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MUNDO

X Festa do MAS: “Se o país cresceu, quero os meus direitos de volta!”

MAS/Portugal

Publicado originalmente no site do Movimento Alternativa Socialista

No passado Sábado, 26 de Maio, mais de 150 pessoas participaram da X Festa Nacional do MAS, em Lisboa. Este ano a festa inseriu-se na nossa Campanha Política “Se o país cresce, quero os meus direitos de volta!”, debruçando-se sobre o balanço dos dois anos e meio da Geringonça, o estado atual do país e as perspectivas para os próximos tempos.

O debate da festa, com este mesmo tema, contou com a presença de António Garcia Pereira, advogado de renome da área do direito do trabalho, comentador televisivo e militante de esquerda e também com Manuel Afonso, dirigente do MAS, trabalhador de Call-Center e dirigente do Sindicato de Trabalhadores de Call-Center. Para além do balanço da Geringonça e do papel de cada um dos partidos que a constituem, o debate passou ainda pela reflexão sobre as possibilidades de construir uma política alternativa, à esquerda, que defenda os direitos e as vidas dos/as trabalhadores/as. foi, sem dúvida, um debate rico em ideias, contestação e testemunhos, que contou com os relatos de trabalhadores/as de diferentes setores, que retratam bem o que (não) mudou com o atual Governo. Foi possível concluir que, ao contrário do que nos é dito, a página da austeridade não foi virada e que o atual Governo, através das suas políticas e dos sucessivos Orçamentos do Estado, prefere respeitar os compromissos europeus do que contribuir para a melhoria das nossas condições de vida e trabalho. Foi sobretudo um debate com a participação daqueles e daquelas que todos os dias se vêm confrontados com a precariedade, baixos salários, aumento de impostos e serviços públicos em destruição.

A festa reuniu pessoas de todo o país, representando diversos setores do trabalho, entre eles call-centers, função pública, educação, bancários, operários fabris, movimento estudantil e activistas dos movimentos sociais. Para além dos/as militantes e activistas do MAS, a festa contou também com a presença de companheiros/as dispostos a somar-se à luta para a recuperar os nossos direitos, bem como uma delegação da secção portuguesa do CIT, o Socialismo Revolucionário. Foi ainda lido a saudação à festa enviada pela Resistência, organização irmã do MAS no Brasil.

A festa contou ainda com intervenções políticas sobre diversos temas. Sílvia Franklim, dirigente do MAS, e Monitora no Centro de Ciência, falou-nos das lutas e resistência feminina pelo mundo, focando-se no panorama português para demonstrar que o actual Governo pouco ou nada fez para alterar a situação das mulheres portuguesas, desde as jovens às idosas – não constrói creches nem casas abrigo, fecha maternidades, permite especulação imobiliária e alimenta o aumento das rendas em prol do turismo, não se debruça sobre a violência de género quotidiana…Contudo, as mulheres ocupam a linha da frente, em Portugal e noutros países (como a Irlanda) na defesa dos seus direitos, em aliança com os restantes trabalhadores. Gil Garcia, dirigente do MAS, professor e histórico militante da esquerda revolucionária portuguesa, dedicou as suas palavras ao contexto internacional que vivemos, pautado pelos ataques à democracia, pelo crescimento da direita e extrema-direita e sobre a necessidade de a esquerda apresentar uma alternativa à altura dos tempos. Vasco Santos, dirigente do MAS, assistente operacional da saúde e dirigente do Sindicato dos trabalhadores em funções públicas e sociais do norte (STFPSN), encerrou as intervenções solidarizando-se com o povo palestiniano e com a activista Ahed Tamimi, depois de nos ter falado sobre os serviços públicos portugueses e o seu desmantelamento, que não é contrariado pelo actual Governo, sobre as privatizações, que não foram revertidas, sobre as leis do trabalho que não foram revogadas e sobre a urgência de construir alternativas à esquerda, de oposição, que permitam agregar os/as trabalhadores/as que esperavam mais e melhor da Geringonça, unificar as lutas existentes e lutar pela recuperação dos nossos direitos.

Em suma, a X Festa Nacional do MAS deixou evidente que existem activistas e trabalhadores/as que sentem as contradições deste governo e que começam a procurar alternativas. Cada vez mais se percebe que os residuais aumentos de salários não chegam para cobrir os aumentos de renda, de combustíveis, de impostos indirectos, de cortes nos serviços públicos, etc. Cada vez mais fica evidente a escolha deste Governo, que prefere injectar milhares de milhões de euros na banca e transferir outros tantos para o FMI, ao invés de investir na saúde, na educação, nos transportes públicos e no emprego em Portugal.

O MAS, através da sua campanha política “Se o país cresce, quero os meus direitos de volta!” pretende evidenciar que a página de austeridade, contrariamente ao que nos querem fazer crer, não foi virada. Exige que BE e PCP rompam com o PS e deixem de aprovar os sucessivos Orçamentos do Estado que têm aumentado a precariedade e mantido os salários baixos e os serviços públicos em permanente destruição. O MAS pretende ainda contribuir activamente para a unificação das lutas dos/as trabalhdores/as e activistas, apontando alternativas políticas concretas, no caminho de um sistema social, político, económico e ambiental oposto à actual depredação capitalista.

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