Em suas falas, o economista Nildo Ouriques priorizou a importância da discussão interna, colocando a sua pré-candidatura a serviço da proposta das prévias. Fez críticas a ausência de debates em outras regiões do País e criticou o que seriam acordos de cúpula. Também fez um balanço crítico dos governos petistas e apontou a necessidade de que o programa a ser apresentado fosse um programa radical, sintonizado com a revolução latino-americana. “Teremos que ser hereges”, afirmou. Mesmo defendendo as prévias, dirigiu-se várias vezes a Guilherme Boulos e Guajajara, já apontando-os como os nomes do partido para a disputa.
ENTREVISTA
“O Rio de Janeiro está tendo esse privilégio. Esse debate teria que ter ocorrido em todo o País. Debater não debilita o partido. Ao contrário, fortalece.”
“Desde que o Chico Alencar decidiu pela candidatura ao Senado, a minha candidatura passou a ser uma candidatura pelas prévias. As prévias ajudam o partido.”
“O MTST discutiu nos últimos três meses o tema da candidatura em suas bases, nas ocupações. Uma pena que o PSOL não tenha feito o mesmo.”
BALANÇO DO PT
“O Lula nunca chamou ninguém para a luta. Nós temos que condenar essa gestão moral da pobreza que o petismo fez. Não queremos migalhas. Não podemos nos guiar pela lógica do salário mínimo. Esse não deve ser o parâmetro do PSOL. O mínimo do PT não chegou nem perto do salário mínimo do Dieese.”
“O Brasil afundou, entre outras coisas, porque criou uma dívida pública gigantesca, com o PT. O partido que ampliou a fronteira agrícola enormemente, governando com o agronegócio.”
“A psicanálise diz que chega um momento no qual todo mundo tem que ‘matar’ o pai e a mãe. Sem isso, ninguém se torna sujeito de sua história. Em certa medida, isso acontece com a esquerda, que precisa se livrar do lulismo.”
PROGRAMA E CANDIDATURA
“Defendo uma candidatura combativa, radical e revolucionária. Não podemos namorar com o senso comum. Nestas eleições, nós do PSOL vamos ter que ser hereges. Nós vamos ter que reconstruir a política de verdade, nossos candidatos vão plantar ideias agora e, no futuro, quando a crise desmontar, colheremos os frutos. Vamos ter que defender um programa radical, o fim do Senado, a universalização do ensino…”
“Estamos no meio de uma crise inédita do sistema financeiro. Temos que ter um programa que ataque o capitalismo rentista e a especulação. Que defenda uma auditoria cidadã da dívida pública.”
“A crise econômica e social exige uma candidatura que expressa a radicalidade do PSOL e da revolução brasileira. E a revolução brasileira precisa refletir a América Latina. Temos muito mais a aprender com o que acontece aqui do que com o que está sendo discutido na Inglaterra, por exemplo.”
Nenhuma. Nildo pediu várias vezes para que o público não se manifestasse durante sua fala.
FOTO: Kauê Scarim | Psol Nacional
OUTRAS PRÉ-CANDIDATURAS
- Hamilton Assis: ‘Construir o PSOL de raiz, contra a Casa Grande”
- Sonia Guajajara: ‘Nosso povo espera por esse momento há 518 anos’
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