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BRASIL

USP sofre ameaça de ataque fascista

Por: Movimento Afronte SP

Nesta segunda-feira, dia 04 de dezembro, a seção de alunos da faculdade de Letras da USP foi surpreendida com um e-mail que ameaçava a integridade física dos e das estudantes e funcionários da FFLCH, em especial mulheres, negros e LGBTs. A ameaça está ligada à realização de um ato na semana passada (quarta, dia 29) de repúdio à presença de Victor Emanuel Vilela Barbuy, presidente da Frente Integralista Brasileira (FIB), em um simpósio de Filologia e Cultura Latino-Americana realizado na faculdade. A página da organização divulgou o evento e chamou seus membros e simpatizantes a comparecerem.

Como resposta, estudantes se organizaram para exigir a saída de Barbury e seus seguidores por entender que o espaço da universidade não é local para livre expressão do fascismo.

A FIB teve seu auge em 1930, ligada ao que há de mais conservador na sociedade brasileira. A organização é ponto de apoio ao fascismo e integralismo europeu. Seus integrantes originalmente eram uniformizados de verde, inspirado nos camisas negras italianos, e na época protagonizaram atos na cidade de São Paulo, ferrenhamente combatidos pelos ativistas e militantes de esquerda, em que o mais conhecido foi a “Revoada dos Galinhas-Verdes”, na Praça da Sé.

O e-mail intitulado “Estou contando as balas” seria uma promessa de resposta ao escracho: “vou entrar atirando para matar o maior número de viados, travestis, esquerdistas e feministas que aparecerem na minha frente”, diz a mensagem.

A diretoria da FFLCH realizou uma reunião nessa tarde e, segundo comunicado, a administração da Universidade já identificou o autor das ameaças e garante ter tomado todas as providências para garantir a segurança da comunidade. As aulas do noturno foram mantidas. Compreendemos que muitos estudantes não tenham comparecido à Universidade de São Paulo nesta segunda-feira (04) por questão de segurança. Por este motivo, a diretoria da FFLCH deve o quanto antes apresentar medidas de abono e reposição das aulas, para que os estudantes não sejam punidos em um contexto de exceção.

A administração ainda ressalta que “repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma o seu compromisso com o pluralismo e o livre debate das ideias”. Pensamos que esse posicionamento é equivocado, é preciso reafirmar que não haverá nenhum espaço da universidade pública para livre expressão do fascismo.

Vamos combater qualquer tipo de reprodução dessa ideologia com muita unidade de todos os setores que se colocam contra a barbárie. É preciso deixar claro, em tempos de avanço das ideias de extrema-direita: seguiremos organizados e ocupando a nossa universidade, lutando para que seja cada vez mais negra, feminista e LGBT. Fascistas não passarão!

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integralistas / USP