Por: Silvia Ferraro, colunista do Esquerda Online
Escutei atentamente o discurso de Dilma no Senado.
Algumas Conclusões:
- O Impeachment é um absurdo, uma manobra parlamentar reacionária, arquitetada pelo mercado financeiro e pelo empresariado, sustentado por um Congresso de maioria de corruptos e reacionários, e pelas manifestações de classe média abastada, dirigidas por uma direita asquerosa.
- As tais pedaladas fiscais são um pretexto, um recadinho dos chefões da economia, que dizem: “Aqui não aceitamos nenhum milímetro que fuja da meta fiscal. Dinheiro público vai prioritariamente para pagar a dívida pública. Todo centavo do Brasil está subordinado ao mercado financeiro”.
- Dilma e o PT tentaram a todo custo mostrar que eram confiáveis ao mercado, mas, com a perda da popularidade das próprias bases sociais, já não eram mais úteis para aplicar o ajuste fiscal a fundo.
- Dilma não está caindo por que resistiu à aplicação do ajuste fiscal, mas porque já não era mais capaz de aplicá-lo
- Em tempos de profunda crise econômica, a burguesia não aceita meio termo. A classe exploradora precisa de um governo de sua plena confiança, que unifique todas as suas frações para aplicar um plano de espoliação, de roubo, de retrocesso profundo e estrutural aos direitos da classe trabalhadora.
- O projeto do PT, de conciliação de classes, de tentar conciliar uma ministra latifundiária como Kátia Abreu com o apoio do MST, ou de conciliar os bilhões em isenção fiscal às montadoras com o apoio da CUT, escancarou o seu fracasso. Este ciclo acabou.
- Qualquer projeto de esquerda que se pretender repetir os erros do PT, também estará fadado ao fracasso.
- É preciso reconstruir um projeto de independência de classe para esquerda brasileira.
- É preciso construir um programa de poder para a classe dos explorados e oprimidos, um programa para a revolução brasileira.
Comentários