Por: Leandro Olimpio, de Santos, SP
Um grupo de jovens secundaristas sobe no ônibus municipal de Santos após mais um dia de estudos. Com a empolgação característica da adolescência, falam alto e dão risadas estridentes a cada minuto. Mas não só isso. Um deles, em meio aos diálogos sobre amenidades do dia a dia, pergunta aos demais: “estão sabendo, né? Dia 28 vai ter greve, ninguém trabalha”.
No trânsito, ao ver o carro do Sindicato dos Petroleiros anunciar no alto falante que sexta-feira é dia de greve na Baixada Santista, o motorista de ônibus abre a pequena janela lateral e, animado, comenta: “ontem tivemos um seminário muito bom nos rodoviários, também vamos parar!”. Com a janela ainda aberta, aproveitando o semáforo fechado, saca o celular e filma o carro de som dos petroleiros com a vinheta que diz: “já não basta as mobilizações na Paulista, na Praça Independência, tampouco as audiências públicas no Congresso. Simplesmente, não somos ouvidos. Por isso, é greve, e greve geral”.
Essas duas cenas, inimagináveis na véspera de tradicionais dias nacionais de luta reduzidos a algumas categorias e dirigentes sindicais, sinalizam que o sentimento positivo compartilhado pelo ativismo da região não é otimismo exagerado: de fato, a Baixada Santista vai parar no dia 28. E o melhor, com um processo muito rico de preparação que inclui panfletagens, reuniões semanais dos estudantes e ativistas da região na Unifesp, em Santos, além de reuniões periódicas dos sindicatos e centrais sindicais da região. Além disso, assembleias em categorias estratégicas já aprovaram a construção da greve: é o caso de petroleiros, bancários, servidores municipais, portuários, rodoviários e diversas outras categorias. Entre os universitários, destaca-se a assembleia massiva da Unifesp que aprovou a adesão à greve.
Nesta quarta-feira (26), às 19 horas, na sede do Sindipetro, acontece uma Assembleia Geral que tem por objetivo fechar os últimos detalhes da greve. Estão sendo convocados todos os sindicatos, estudantes, trabalhadores, toda a população interessada em participar deste grande dia de luta contras as reformas da Previdência e Trabalhista e contra a terceirização. Será nesta assembleia, por exemplo, que será definida uma tarefa ainda pendente: a definição do horário e local do ato unificado.
“É um dia que tem tudo para ser a maior mobilização da Baixada Santista das últimas décadas”, afirma Raphael Guedes, professor da rede estadual de ensino de Praia Grande que é membro do MAIS e compõe o Bloco de Esquerda Socialista da região. “Por isso, estamos fazendo um esforço muito grande para construir a greve pela base. E isso passa pela convocação da Assembleia Geral e pela defesa de um ato unitário que envolva todos os trabalhadores. A ideia é convencer toda a população a não fazer greve em casa, a ocupar as ruas”.
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