Por: Gabriel Casoni, da Coordenação Nacional do MAIS
Às vésperas da votação final do impeachment, o presidente interino Michel Temer reuniu-se por dois dias com “pesos pesados” da economia nacional. Na última quarta (10), Temer se encontrou com representantes de grandes bancos e conglomerados industriais, reunidos no chamado grupo Instituto Talento Brasil (ITB), para tratar da situação econômica e acertar a agenda de reformas. Com a mesma pauta, o presidente participou de um evento com mais de 800 empresários da construção civil na quinta (11).
“Não pedimos apoio a nada. Ao contrário, viemos oferecer” declarou o coordenador do IBT, Antônio Machado de Barros. O grupo de mega empresários, no qual se destacam os presidentes do Bradesco e do Itaú (Luiz Carlos Trabuco e Pedro Moreira Salles, respectivamente), considera como “projetos prioritários” a PEC que limita os gastos públicos e a Reforma da previdência. Ainda segundo Barros, “Ouvimos [de Temer] a convicção de que, em meio a negociações, essas proposições serão aprovadas provavelmente ainda este ano, no caso da PEC do teto, e a reforma da Previdência pelo menos encaminhado o seu conceito para discussão este ano também”.
Desses encontros de Temer com os tubarões da burguesia brasileira, podemos extrair ao menos duas importantes conclusões aos trabalhadores: 1) o empresariado nacional está convicto do impeachment que derrubou Dilma (PT) e, nesse momento, encontra-se unificado em torno da sustentação do novo governo; 2) banqueiros e industriais selaram um pacto com Temer para aplicação de pelo menos dois projetos prioritários nesse ano: a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para diminuir os gastos sociais com saúde, educação, etc. e a Reforma da Previdência para restringir o direito à aposentadoria.
Perante a unidade dos ricos e poderosos para retirar direitos históricos do povo brasileiro, é preciso construir a mais ampla unidade da classe trabalhadora, da juventude e dos oprimidos. É necessário e possível derrotar Temer e seus ataques a serviço dos grandes capitalistas. Para tanto, é decisivo unificar as lutas em curso construindo uma jornada unitária de mobilizações, rumo à greve geral. O dia 16 de agosto, dia nacional de lutas, convocado pelas centrais sindicais, é um primeiro passo nesse sentido. Vamos à luta!
Foto: Marcos Corrêa/PR
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