Já fazem quase 6 anos que os primeiros abalos sísmicos revelaram o resultado do crime socioambiental provocado pela mineração da Braskem em Maceió. O maior em solo urbano do mundo! Desde então, não tivemos reparações justas e tampouco alguém foi punido. Acordos espúrios foram impostos e nenhum responsável foi punido, seja da empresa, seja do poder público. As vítimas e o povo de Maceió seguem na luta por justiça.
Durante todos esses anos, milhares de pessoas atingidas sequer tiveram o direito de ser reconhecidos enquanto vítimas. E agora, na iminência do colapso anunciado, foram realocados às pressas e com violência. Exigimos tratamento digno e a devida reparação para todos que estão tendo que sair das suas casas.
A mineração de sal-gema foi iniciada ainda durante o período da ditadura empresarial-militar. Os sucessivos governos municipais e estaduais, bem como os poderes judiciário e legislativo, fecharam os olhos para a tragédia anunciada. Não houve falta de aviso de especialistas, pois isso vem sendo alertado desde a década de 80. E, mesmo após o desastre constatado em 2018, prefeitura e governo revelaram-se coniventes e incapazes de enfrentar e responsabilizar os culpados. Exigimos a devida punição civil e penal da Braskem e seus gestores e de todos os agentes políticos que atuam ou atuaram em favor desta multinacional.
> Leia também: Nota do PSOL sobre o crime socioambiental da Braskem em Maceió (AL)
Enquanto Maceió afunda, a Braskem segue com seus lucros exorbitantes e ainda transformou a tragédia que ela mesma provocou em um grande negócio imobiliário.
A sede predatória da Braskem, típica do capitalismo, está na raiz dos danos a Maceió. Mas também precisamos cobrar dos seus aliados políticos. O atual prefeito JHC (PL), que só no último minuto reconheceu (por puro cálculo eleitoral) o impacto da atual tragédia, fez um acordo espúrio com a empresa, livrando-a de responsabilização. Enquanto Maceió afunda, a Braskem segue com seus lucros exorbitantes e ainda transformou a tragédia que ela mesma provocou em um grande negócio imobiliário. É preciso refazer todos os acordos, respeitando as pessoas atingidas e o futuro de Maceió.
O povo maceioense não deixará os seus direitos e a sua cidade afundarem!
Vamos transformar nossa indignação em mais luta. É hora dos diversos movimentos de atingidos, em conjunto com todas as organizações e movimentos populares, convocarem a população às ruas em um grande ato público.
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