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BRASIL

Registro de câmeras de segurança foi apagado dois dias após o assassinato de Marcelo Arruda 

Perícia identificou a alteração, que dificulta a apuração do crime

Marcelo Arruda
Reprodução

A investigação sobre o assassinato de Marcelo Arruda, guarda civil e dirigente petista em Foz do Iguaçu (PR), morto no dia 9 de julho pelo bolsonarista Jorge Guaranho, ganhou novos desdobramentos nesta semana.

Segundo laudo emitido pela Polícia Científica do Paraná nesta terça-feira, 02, houve uma limpeza nos registros dos acessos as imagens das câmeras do salão de festas, dois dias depois do crime ter ocorrido. Assim, inviabiliza-se que se identifique quem teve acesso e comunicou ao assassino a realização da festa naquele momento, com a temática petista.

Dificulta-se também que este crime seja identificado como crime político, ainda mais considerando que a posição do Ministério Público do Paraná descarta motivação política do crime, afirmando que tratou-se apenas de um crime torpe.

O processo, em mãos do juiz Gustavo Germando Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, desde o dia 20/07, aguarda manifestação dos advogados de defesa do assassino, que segue hospitalizado e preso preventivamente.

Outro fato importante foi a morte de um vigilante do clube onde ocorreu a festa. Com acesso às imagens, ele foi encontrado morto cerca de uma semana depois, com a polícia tendo apontado a morte como suicídio.

Marcelo Arruda foi vítima de ódio político

Marcelo Arruda estava comemorando seu aniversário na presença de familiares e amigos quando teve sua festa invadida por um homem que entrou no salão gritando “aqui é bolsonaro”. A festa de Marcelo era decorada com as cores e símbolos de seu partido, o PT, além de imagens de Lula.

Está evidente que Jorge Guaranho entrou naquela festa imbuído do ódio reacionário permanentemente agitado nas redes bolsonaristas. Reconhecer isso, haja vista a falta de tipificação em lei de crimes de ódio com motivação política, é fundamental porque casos como o de Marcelo podem se repetir nos próximos dias, tendo em vista p aumento das ameaças e agressões no processo eleitoral, e a elevação do tom de Bolsonaro contra a esquerda, as instituições e as liberdades democráticas.