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BRASIL

PSOL aprova apoio a Haddad, mas abre mão de ter candidatura própria ao Senado

Por João Zafalão, José Carlos Miranda, Marina Sassi, Guilherme Cortez e Pierre Fernandez*
Ricardo Stuckert

O PSOL de São Paulo realizou sua conferência eleitoral estadual no último sábado (30). A conferência debateu e deliberou sobre a tática eleitoral do partido, além de confirmar suas candidaturas proporcionais para as eleições.

Por unanimidade, os membros do diretório estadual aprovaram uma resolução de conjuntura estadual apontando para a tarefa de enfrentar o domínio do PSDB que governa o estado há três décadas e o bolsonarismo que se apresenta nas eleições através da candidatura do ex-ministro Tarcísio de Freitas. A resolução também orienta a militância do partido a construir as mobilizações dos dias 11 de agosto e 10 de setembro contra o golpe arquitetado por Bolsonaro.

A votação mais importante da conferência foi sobre a posição do partido nas eleições para o governo do estado. Pela primeira vez desde a redemocratização, a esquerda desponta com chances reais de vencer para o governo. A candidatura de Fernando Haddad (PT) desponta na liderança de todas as pesquisas de opinião.

A Resistência, corrente interna do PSOL, defendeu a entrada na coligação de Haddad como forma do partido se somar ao movimento para derrotar os tucanos e a extrema-direita em São Paulo. Essa posição foi majoritária entre os delegados da conferência contra a defesa de uma candidatura própria ao governo do estado.

Confirmada a adesão à coligação de Haddad, foi discutida a tática para a disputa pelo Senado. Em debate, duas posições: aderir à candidatura de Márcio França, do PSB, com a indicação do presidente nacional do PSOL Juliano Medeiros à primeira suplente ou lançar uma candidatura própria a senador. Essa foi a decisão mais acirrada, definida por um voto de diferença a favor da composição com França. A Resistência defendeu que o PSOL lançasse uma candidatura própria ao Senado, mantendo o apoio à candidatura de Haddad, como forma de manter a aparição pública do partido na disputa majoritária e preservar a independência em relação a Márcio França, um político tradicional, sócio dos governos do PSDB, de quem chegou a ser secretário, vice-governador e assumido o governo em 2018.

Por fim, os delegados aprovaram uma resolução desautorizando a negociação por cargos em um eventual governo Haddad, preservando a independência do partido e remetendo ao diretório estadual caracterizar e definir sua relação com o governo eleito em outubro.

Agora, vamos somar forças com Lula e Haddad para derrotar Bolsonaro, os tucanos e o bolsonarismo, em São Paulo e no Brasil. Nacionalmente e no estado, o PSOL abriu mão de lançar candidaturas majoritárias próprias em um gesto pela unidade e para ser útil às principais tarefas da esquerda neste ano. Embora o partido tenha aberto mão de lançar candidatura ao Senado, a aparição e independência do PSOL estará garantida por suas candidaturas para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa. A tarefa será vencer Bolsonaro, Tarcísio e Rodrigo Garcia, eleger Lula, Haddad e fortes bancadas de esquerda para a ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e a Câmara Federal, além de enfrentar as ameaças golpistas da extrema-direita com muita mobilização nas ruas.

* Membros do Diretório Estadual do PSOL-SP e militantes da RESISTÊNCIA-PSOL

VÍDEO: Intervenção de Silvia Ferraro, covereadora de São Paulo pela Bancada Feminista do PSOL, na convenção eleitoral do PSOL SP.